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​Novos confrontos mortais na República Centro-Africana

27 ago, 2018 - 17:30

Dezenas de pessoas foram forçadas a fugir das suas casas, segundo relatos da missão da ONU no país e de testemunhas.

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Confrontos mortais entre grupos armados, ocorridos no fim de semana, em Bria, leste da República Centro-Africana (RCA), levaram à fuga de dezenas de pessoas, segundo relatos da missão da ONU no país e de testemunhas.

"Houve confrontos entre os anti-Balaka (que afirmam defender os não-muçulmanos, NDLR) e o FPRC, com perdas em ambos os acampamentos", afirmou o porta-voz da MINUSCA, missão da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Centro-Africana, Vladimir Monteiro.

As forças de segurança da África Central e a "polícia de MINUSCA tomaram medidas de segurança e estão em alerta na cidade", mencionou.

Em declarações à agência de notícias France-Presse (AFP), testemunhas disseram que os confrontos provocaram pelo menos quatro mortos e vários feridos, um balanço que não confirmado pela MINUSCA.

Dezenas de pessoas foram forçadas a fugir das suas casas, indicaram testemunhas à AFP.

Os combates entre as milícias anti-Balaka e os antigos rebeldes Séléka tinha parado no domingo à tarde, mas disparos esporádicos ainda foram ouvidos à noite, segundo os moradores da cidade.

Nos confrontos, a FPRC recebeu apoio de outro grupo da antiga Séléka, a Unidade da República Centro-Africana (UPC).

De acordo com as testemunhas, os confrontos entre anti-Balaka e os elementos do FPRC teriam começado com um acerto de contas entre os elementos de ambos os acampamentos sobre o roubo de uma mota.

A República Centro-Africana caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-presidente François Bozizé por vários grupos juntos na designada Séléka (que significa coligação na língua franca local), que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-balaka.

O conflito na RCA, que tem o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.

Portugal está presente no país desde o início de 2017, no quadro da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (Minusca) e na Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana (EUMT-RCA), com um total de 204 militares.

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