27 ago, 2018 - 09:15
Aung San Suu Ki, a lider birmanesa, não usou a sua posição para evitar os crimes cometidos contra os rohynga ou para proteger a população e o governo que lidera - ao não proteger aquela minoria étnica - contribuiu para os crimes atrozes que foram cometidos.
A acusação é feita pela comissão das Nações Unidas que investiga os crimes contra a humanidade cometidos naquele país contra os rohyngha.
As Nações Unidas acusam também o comando militar de Myanmar de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Segundo os investigadores da ONU, os militares levaram a cabo assassinatos em massa e violações da minoria étnica muçulmana rohingya com “intenção genocida”.
No relatório divulgado esta segunda-feira, os investigadores recomendam que o comandante-chefe e cinco generais sejam processados por orquestrar os crimes mais graves.
A falta de ação de Aung San Suu Kyi, prémio Nobel da Paz em 1991 e que atualmente ocupa a posição de conselheira de Estado - o mais alto cargo civil em Myanmar - já originou vários pedidos para o Nobel lhe fosse retirado. Os organizadores do prémio dizem que não existe uma norma para o revogar, mas outros títulos por ela recebidos já foram retirados.
O governo de Suu Kyi é acusado de permitir que o discurso de ódio prosperasse, destruindo documentos e não protegendo as minorias de crimes contra a humanidade e crimes de guerra em três estados do país.
A missão da ONU pede, por isso, que a cúpula do regime de Myanmar seja formalmente levada ao Tribunal Penal Internacional ou que seja criada uma corte especial, como nos casos do Ruanda e das repúblicas da ex-Jugoslávia.
A comissão das Nações Unidas que investiga os crimes contra a humanidade cometidos em Myanmar contra os Rohyngha pede ao Conselho de Segurança da ONU que adopte sanções individuais contra aqueles que aponta como sendo responsáveis pelos crimes, bem como um embargo à compra de armas.