29 ago, 2018 - 23:45
Uma falha elétrica voltou a deixar a cidade de Caracas e os vizinhos Estados de Miranda e Vargas às escuras, interrompendo as comunicações e obrigando o Metropolitano a paralisar por completo o serviço de transporte de passageiros.
A falha, que em algumas zonas durou menos de uma hora, afetou o município Libertador, o principal de Caracas, urbanizações do centro da cidade como San Bernardino, Candelária e Las Palmas, mas também do leste, nomeadamente La Florida, La Campiña, La Castellana, Los Ruices, Boleíta, El Rosal, Las Mercedes, Los Palos Grandes, Dois Caminhos, La Unión e Altamira.
A falha aconteceu depois de, ao longo do dia de hoje, terem ocorrido várias quebras de energia elétrica, uma delas, pouco antes do grande apagão, altura em que, segundo o comerciante Manuel Gonçalves, caiu de 120 para 33 volts.
"Estávamos atentos pelas oscilações e quando caiu para esse valor apagámos rapidamente os frigoríficos e os aparelhos elétricos, porque quando se avariam aqui ninguém paga a reparação", explicou.
O Metropolitano de Caracas suspendeu na totalidade as suas operações que, uma hora depois, segundo uma mensagem no Twitter, já estavam "operacionais em todas as suas linhas e estações".
A falha de energia afetou também o Estado de Vargas (norte de Caracas), deixando temporariamente às escuras, segundo fontes não oficiais, o Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maquetía, o principal do país.
Em Vargas, através das redes sociais, os utilizadores queixaram-se de interrupções no serviço elétrico nas localidades de Cátia La Mar, Urimare, Carlos Soublette, Maiquetía, La Guaira e Naiguatá.
Na Venezuela são cada vez mais frequentes os apagões, uma situação que o Governo venezuelano atribui a sabotagem e a oposição à falta de investimentos e de manutenção no setor.
Os apagões são mais frequentes no interior do país, onde a população se queixa de passar até cinco dias às escuras. Nos últimos tempos têm também afetado a cidade de Caracas e vários estados.
Recentemente, empregados da estatal Corpoelec manifestaram-se para exigir melhores salários e denunciar faltas de investimentos no setor.
Na imprensa venezuelana alguns engenheiros têm advertido para a possibilidade de um grande apagão geral.