02 set, 2018 - 22:41
O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, apelou aos cidadãos alemães, numa entrevista publicada no diário Bild, para "se levantarem do sofá e abrirem a boca" contra o racismo após os incidentes ocorridos em Chemnitz.
Nessa cidade do leste da Alemanha, grupos de neonazis protagonizaram nos últimos dias protestos violentos e "caças" aos estrangeiros, após o homicídio por esfaqueamento de um cidadão alemão no domingo passado, alegadamente às mãos de dois imigrantes.
Os "anos de coma discursivo e da comodidade" devem acabar, defendeu o político social-democrata, advertindo de que a situação se tornará mais "ameaçadora" se a sociedade não se erguer contra os excessos da extrema-direita.
"Devemos todos mostrar ao mundo que nós, os democratas, somos a maioria, e os racistas, uma minoria. A maioria silenciosa deve levantar a voz", sublinhou.
Por sua vez, a ministra da Justiça, a também social-democrata Katarina Barley, afirmou em declarações ao mesmo jornal que se deve investigar se os incidentes de Chemnitz foram planeados por organizações de extrema-direita.
Na madrugada do passado domingo, um cidadão alemão de 35 anos e de origem cubana foi mortalmente esfaqueado durante as festas de Chemnitz.
Pouco depois, foram detidos dois suspeitos: dois requerentes de asilo procedentes da Síria e do Iraque, que permanecem em prisão preventiva.
No mesmo domingo, uma marcha de cerca de 800 racistas de extrema-direita pelo centro da cidade, perseguindo e agredindo pessoas de aspeto estrangeiro, resultou em vários feridos, o que o Governo alemão condenou e classificou como "caçadas de ódio".