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20 milhões de peças e 200 anos de história. O que ardeu no museu do Rio de Janeiro

03 set, 2018 - 12:19

Grande parte do acervo do museu fundado por D. João VI ficou reduzido a cinzas.

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As perdas são incalculáveis e ainda não foi possível avaliar a totalidade dos danos no acervo provocados pelo incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro, no Brasil.

O museu tinha um dos maiores acervos histórico e científico do país, com cerca de 20 milhões de peças.

Entre as peças do acervo, estavam a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador D.Pedro I, e o mais antigo fóssil humano encontrado no Brasil, batizado de "Luzia", com cerca de 11.000 anos.

Entre os milhões de peças que retratavam os 200 anos de história brasileira, estavam, igualmente, um diário da Imperatriz Leopoldina e um trono do Reino de Daomé, oferecido em 1811 ao príncipe regente D. João VI.

Nas coleções de Etnologia estavam expostos objetos que mostravam a riqueza da cultura indígena, cultura afro-brasileira, culturas do Pacífico.

O acervo tinha ainda o maior e mais importante acervo indígena e uma das bibliotecas de antropologia mais ricas do Brasil.

A instituição, ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro, era alvo de cortes orçamentários há pelo menos três anos. Os alunos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da universidade chegaram mesmo a criar ‘memes’ (imagens ou vídeos que se espalham de forma viral) em que mostravam fósseis à espera de verba, ironizando os cortes.

Em 2015, o museu chegou a ficar fechado por dez dias após uma greve de funcionários da limpeza, que reclamavam salários atrasados.

Do acervo bibliográfico faziam parte livros, folhetos, obras raras, mapas, teses e dissertações pertencentes à Biblioteca do Museu Nacional e da Biblioteca Francisca Keller, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, e do acervo científico diversos exemplares representativos da biodiversidade, fósseis, objetos etnográficos e arqueológicos, pertencentes aos Departamentos de Antropologia, de Botânica, de Entomologia, de Geologia e Paleontologia, de Invertebrados e de Vertebrados.

Já o acervo documental era constituído por material de arquivo detido pela Seção de Memória e Arquivo e pelo Centro de Documentação em Línguas Indígenas.

O Museu Nacional do Rio de Janeiro era o maior museu de História Natural e Antropologia da América Latina e o edifício tinha sido residência da família Real e Imperial brasileira.

As imagens do incêndio que destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro
As imagens do incêndio que destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro
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