03 set, 2018 - 17:59
Dezenas de carcaças de elefantes foram encontradas no Botsuana pela organização “Elefantes sem Fronteiras”, que se dedica à conservação da vida selvagem e dos recursos naturais.
Segundo o cientista responsável pelo estudo que fez o levantamento da fauna selvagem na zona, por via aérea, muitos dos 87 elefantes agora encontrados foram mortos por caçadores furtivos, em busca de dentes de marfim.
"Estou chocado, estou completamente perplexo. A escala de caça aos elefantes é de longe a maior que já vi ou li em qualquer lugar de África até hoje", disse Mike Chase, da Elefantes sem Fronteiras, à BBC.
Também cinco rinocerontes brancos foram mortos nos últimos três meses.
O Botsuana tem a maior população de elefantes do mundo, com cerca de 130 mil exemplares. Durante anos, resistiu às perdas de elefantes vistas noutros países africanos, já que tinha a reputação de ter uma abordagem implacável aos caçadores furtivos.
Este pico de mortes coincide com o momento em que a unidade anti-caça furtiva está a ser desarmada. Uma decisão tomada pelo governo em maio, um mês depois de o presidente Mokgweetsi Masisi ter tomado posse.
Na altura, um alto funcionário do gabinete do presidente, Carter Morupisi, disse aos jornalistas que o "governo decidiu retirar armas e equipamentos militares do Departamento de Vida Selvagem e Parques Nacionais", mas não explicou porquê.
O levantamento da vida selvagem no Botsuana, levado a cabo pela Elefantes sem Fronteiras, está apenas a meio e os conservacionistas temem que o número final de elefantes mortos seja muito mais elevado.