07 set, 2018 - 22:38
O procurador de Palermo (Sicília) confirma o inquérito por sequestro de pessoas contra o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, que durante dez dias recusou o desembarque em Itália de mais de uma centena de migrantes.
O procurador anunciou esta decisão numa carta enviada a Salvini, o chefe da extrema-direita italiana, que a abriu e leu em direto num vídeo difundido na sua página do Facebook.
Em 25 de agosto, um procurador de Agrigente abriu um processo contra o ministro e o seu chefe de gabinete por sequestro, abuso de poder e prisão ilegal.
O processo contra Salvini foi transferido para uma jurisdição de Palermo habilitada para indiciar os membros do executivo, e que confirmou as suas primeiras atas do processo.
"Um órgão do Estado investiga sobre um outro órgão de Estado. Com a pequena diferença que foram vocês que elegeram este órgão de Estado", declarou Salvini no vídeo. "Os outros não foram eleitos por ninguém, e não respondem [pelas suas ações] perante ninguém".
"Foram vós quem pediu a este ministro para controlar as fronteiras, controlar os portos, limitar os desembarques, limitar as largadas de clandestinos. Foram vós quem me pediu, e considero-vos meus amigos, como meus apoiantes, e como meus cúmplices", acrescentou, antes de colocar a carta no seu gabinete do ministério, como uma "medalha".
"Enquanto os italianos me pedirem, não me desviarei um milímetro. E se amanhã chegar um outro barco cheio de migrantes, não vão desembarcar", assegurou.