12 set, 2018 - 15:40
Mais de 18 milhões de novos casos de cancro e 9,6 milhões de mortes são estimados este ano em todo o mundo, segundo a Agência Internacional para a Investigação do Cancro, da Organização Mundial da Saúde.
Um em cada cinco homens e uma em cada seis mulheres em todo o mundo desenvolve cancro nalguma fase da sua vida, de acordo com os dados da Agência Internacional (IARC, na sigla inglesa).
Os números divulgados esta quarta-feira estimam que um em cada oito homens e uma em cada 11 mulheres acabem por morrer devido a doença oncológica.
Para este ano, estima-se que o número de mortes por cancro ascenda a 9,6 milhões, quase a população total de Portugal.
Em todo o mundo, o número de pessoas que estão vivas após cinco anos do diagnóstico de cancro é estimado em 43,8 milhões.
"O aumento do peso do cancro deve-se a vários fatores, incluindo crescimento da população e envelhecimento, bem como na mudança de prevalência de alguns tipos de cancro ligados ao desenvolvimento social e económico", refere a Agência da Organização Mundial da Saúde.
Os esforços de prevenção feitos por vários países conseguiram fazer decrescer a incidência de alguns cancros, como o cancro do pulmão (registando-se alguma redução em homens na Europa do Norte e na América do Norte) ou o cancro do colo do útero.
Cerca de metade dos novos casos de cancro em 2018 e mais de metade das mortes deverão ocorrer na Ásia, região onde se concentra 60% da população global.
A Europa terá 23,4% dos novos casos e 20% das mortes por cancro, apesar de contar com menos de 10% da população global. Na América estima-se que ocorram 21% dos novos casos e 14% da mortalidade e em África menos de 6%.
Na Ásia e em África, a proporção de mortes por cancro é maior do que a proporção de novos casos, sobretudo porque nestas regiões surgem casos com pior prognóstico, devido a um acesso limitado a diagnósticos e tratamentos em vários países.
Cancro do pulmão é o mais mortal
O cancro do pulmão é o tipo de cancro com maior número de novos casos em todo o mundo e é igualmente o responsável pelo maior número de mortes, segundo dados da Agência Internacional para a Investigação do Cancro.
Juntamente com o cancro do pulmão, o cancro da mama e o colorretal são os que têm maior incidência, estando também entre os cinco mais mortais.
Pulmão, mama e colorretal são, em conjunto, responsáveis por um terço dos novos casos e da mortalidade em todo o mundo, de acordo com a IARC.
O cancro do pulmão e o cancro da mama terão, cada um, mais de dois milhões de novos diagnósticos este ano, contribuindo em conjunto para quase 12% do total da incidência de cancro.
O cancro colorretal, o terceiro mais comum, terá 1,8 milhões de novos casos este ano, seguindo-se o cancro da próstata (com 1,3 milhões) e o cancro do estômago em quinto (cerca de um milhão de casos).
Em termos de mortalidade, o cancro do pulmão é o mais mortal, prevendo-se que cause 1,8 milhões de mortes este ano, sendo um tumor que mundialmente tem um mau prognóstico.
O colorretal surge como o segundo tipo de cancro que mais mortes provoca (estimam-se 880 mil mortes este ano), seguido do cancro do estômago e do cancro do fígado.
O cancro da mama surge em quinto lugar quanto à mortalidade por doença oncológica e as estimativas apontam para 627 mil mortes este ano. Apesar de ser o segundo tipo de cancro mais frequente, a mortalidade não é tão elevada porque "o prognóstico é relativamente favorável, pelo menos nos países desenvolvidos".
Relativamente ao cancro do pulmão, o mais mortal, a Agência Internacional da OMS avisa que se têm registado elevadas incidências em mulheres sobretudo na América do Norte e na Europa do Norte e na Europa Ocidental, na China e na Nova Zelândia.
Para a OMS, o crescimento do cancro do pulmão nas mulheres é mesmo encarado como "preocupante".
"As medidas de boas práticas incorporadas na Convenção Quadro para Controlo do Tabaco da OMS reduziram efetivamente o tabagismo ativo e impediram a exposição involuntária a fumo do tabaco em muitos países", segundo Freddie Bray, responsável da IARC, alertando que é necessário, contudo, "continuar a implementar políticas direcionadas e eficazes de controlo do tabaco em todos os países do mundo".