12 set, 2018 - 21:46
A economia venezuelana contraiu 25% no primeiro semestre de 2018 e 50,61% desde 2013, ano em que Nicolás Maduro assumiu pela primeira vez a presidência do país, segundo dados divulgados pela Assembleia Nacional.
Os dados foram divulgados durante uma sessão ordinária do Parlamento, onde a oposição detém a maioria, pelo porta-voz da comissão permanente de Finanças, Ángel Alvarado.
Segundo Ángel Alvarado, "isto fala do colapso económico que o país está a viver e reflete-se na qualidade de vida de todos os venezuelanos".
Para o parlamentar, a crise económica na Venezuela tem por base a queda da produção local de petróleo, o encerramento dos estabelecimentos comerciais e é a principal razão do êxodo da população.
"Esta é a razão pela qual o povo venezuelano está a fugir pelos Andes [vasta cadeia montanhosa contínua, ao longo da costa ocidental da América do Sul], desta crise, da fome e da miséria", disse.
Ángel Alvarado destacou que, apesar de a Venezuela ter uma das maiores reservas de petróleo do mundo, "produz menos que outros" países petrolíferos, apenas 1,2 milhões de barris de crude, uma situação "injustificável e inaceitável".
Quanto ao segundo semestre de 2018, o parlamento estima que a situação vai agravar-se, em parte pelo encerramento de empresas, "devido às medidas económicas" anunciadas em agosto pelo Presidente da Venezuela.
Essas medidas incluíram uma reconversão monetária, que eliminou cinco zeros ao bolívar forte e pôs a circular o bolívar soberano, o aumento de impostos, o aumento do preço do transporte e da gasolina, a desvalorização de 95,8% da moeda nacional e o aumento de 35 vezes o valor do salário mínimo dos venezuelanos.
"As medidas económicas estão a gerar mais desemprego, mais fome e maiores problemas às famílias venezuelanas", acrescentou o deputado.