13 set, 2018 - 07:58
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Mark Zuckerberg já tinha prometido tornar o Facebook uma ferramenta menos apetecível para influenciar eleições em todo o mundo. Depois de ter pedido desculpas várias vezes, inclusivamente no senado norte-americano e no Parlamento Europeu, na sequência do escândalo da Cambride Analytica, o CEO do Facebook revela agora quais os passos que já foram dados pela empresa.
Esta quinta-feira, Zuckerberg publicou um texto de mais de 3.300 palavras na sua página do Facebook no qual garante que a rede social está “mais preparada para este tipo de ataques”.
“Em 2016 não estávamos preparados para as operações de informação coordenadas que agora enfrentamos regularmente”, escreveu, numa alusão à interferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas. “Mas aprendemos muito desde então e desenvolvemos sistemas sofisticados que envolvem tecnologia e pessoas para prevenir interferências nas eleições através dos nossos serviços”.
Entre as medidas enumeradas pelo fundador do Facebook estão o uso de programas automatizados para encontrar e remover contas falsas e exibir menos vezes as páginas que divulgam informação falsa, para que menos pessoas possam, potencialmente, vê-las.
A rede social está a contratar dez mil novos trabalhadores para trabalhar nos problemas de segurança e melhorar a coordenação com as forças de segurança quando são detetadas atividades suspeitas.
No mesmo texto, Mark Zuckerberg diz ainda que está a convidar académicos para estudar o impacto da rede social nas eleições e que irá publicar um relatório, duas vezes por ano, no qual divulgará o número de contas falsas removidas pelo Facebook.
Zuckerberg reconhece que, apesar dos progressos feitos a nível de segurança, os “adversários” são “sofisticados” e não vão desistir. “Temos de melhorar constantemente e estar um passo à frente”, diz.
Porém, Zuckerberg lembra que esta não é uma tarefa exclusiva do Facebook e cabe também a outras redes sociais melhorar a partilha de informação e perceber o alcance dos ataques. “A definição de sucesso é pararmos os ciberataques e as operações de informação coordenadas antes que causem danos. Embora eu preferisse que o Facebook fosse o primeiro a identificar os abusos, isso não vai ser sempre possível”, escreveu.