13 set, 2018 - 10:50
A líder de facto de Myanmar (antiga Birmânia) disse que o país podia ter lidado melhor com a crise dos rohingya, num momento em que enfrenta pressões internacionais sobre atrocidades cometidas sobre aquela minoria muçulmana.
"Há, é claro, maneiras pelas quais, em retrospetiva, a situação poderia ter sido melhor tratada", afirmou Aung San Suu Kyi, no Fórum Económico Mundial da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que se realiza em Hanói, no Vietname.
A prémio Nobel da Paz é diretamente visada num relatório da ONU, no qual se lamenta que Suu Kyi não tenha usado a sua "autoridade moral" para tentar impedir a campanha do exército e das milícias budistas, que obrigou à fuga de mais de 700 mil rohingyas para o Bangladesh.
A líder de facto de Myanmar disse ainda que os dois repórteres da agência de notícias Reuters, condenados por investigarem o massacre dos rohingya, não foram condenados por serem jornalistas, mas porque violaram a lei.
Os dois foram detidos em dezembro e acusados de terem recebido “importantes documentos secretos” de dois polícias que tinham estado colocados no estado de Rakhine, onde as forças de segurança são acusadas de assassínios em massa de rohingya.
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, apelou a 10 de setembro para a criação de um organismo internacional independente para reunir provas sobre os crimes mais graves cometidos contra os rohingyas em Myanmar.