20 set, 2018 - 11:47
A comissária europeia da Justiça admitiu que perdeu a “paciência” com a demora do Facebook em adotar as medidas necessárias para se adaptar às regras europeias em matéria de defesa do consumidor e ameaçou a empresa com sanções.
“Embora o Facebook me tenha garantido que iria finalmente alterar os termos de serviço enganosos até dezembro, isto arrasta-se há demasiado tempo. É tempo de parar com promessas e passar à ação. Se as alterações não forem plenamente implementadas até final do ano, solicitarei às autoridades dos consumidores que atuem rapidamente e sancionem a empresa”, declarou Vera Jourová.
A comissária com a pasta dos Consumidores falava numa conferência de imprensa em Bruxelas para dar conta dos resultados de reuniões mantidas com as empresas Airbnb e Facebook, às quais a Comissão Europeia reclama alterações nas respetivas condições de serviço para respeitarem plenamente a legislação europeia em matéria de defesa do consumidor.
Se em relação à Airbnb, esta plataforma 'online' de turismo local se comprometeu a proceder a todas as alterações reclamadas por Bruxelas até final do ano, já relativamente ao Facebook “o progresso foi muito limitado”, lamenta a Comissão Europeia, que considera que os novos termos de serviço adotados em abril passado pela rede social norte-americana contêm “uma apresentação enganosa das características principais” dos seus serviços.
“Em particular, o Facebook diz agora aos consumidores que os seus dados e conteúdos são usados unicamente para melhorar a sua 'experiência' global e não menciona que a empresa usa esses dados para fins comerciais”, acusa a Comissão Europeia.
Depois do escândalo da Cambridge Analytica e de vários pedidos de desculpa, Mark Zuckerber publicou um texto onde enumera as medidas já tomadas para evitar operações de informação coordenadas que visem influenciar eleições.
Entre as medidas enumeradas pelo fundador do Facebook estão o uso de programas automatizados para encontrar e remover contas falsas e exibir menos vezes as páginas que divulgam informação falsa, para que menos pessoas possam, potencialmente, vê-las.