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EUA. Juiz acusado de abusos vence primeira votação

28 set, 2018 - 18:59

Brett Kavanaugh ainda terá que receber luz verde do plenário do Senado dos Estados Unidos. Senador republicano pede investigação do FBI.

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Brett Kavanaugh está com um pé dentro do Supremo Tribunal americano. O Comité Judicial do Senado aprovou a recomendação do nomeado por Donald Trump para o Supremo. Agora, o Senado tem nas mãos a pasta e na X vota para confirmar o nomeado.

O voto do Comité Judicial, composto por 21 senadores - onze republicanos e dez democratas -, realizou-se esta sexta-feira. A decisão não confirma Kavanaugh nem o manda já para casa: serve como recomendação para o Senado, cujos 99 membros vão ter o voto decisivo. No Senado, os republicanos detêm uma vantagem de 50-49, uma magra vantagem depois da morte de John McCain, no início do mês de Setembro.

A confirmação de Kavanaugh está rodeada de polémica, depois das acusações de abusos sexuais de que tem sido alvo. Na quinta-feira, Christine Blasey Ford e o juiz prestaram declarações sobre os alegados abusos e as suas versões da história. Antes, a 16 de setembro, Ford denunciou Kavanaugh através de uma carta ao Washington Post e, entretanto, mais duas mulheres, Deborah Ramirez e Julie Swetnick, vieram a público acusar o juiz de abusos sexuais.

Christine Ford emociona-se ao recordar alegados abusos do juiz Kavanaugh
Christine Ford emociona-se ao recordar alegados abusos do juiz Kavanaugh

Algumas associações jurídicas americanas pediram mesmo que o voto fosse adiado - o que beneficiaria os democratas, devido ao aproximar das eleições para o Senado.

Mas o voto vai mesmo seguir em frente. O destino de Kavanaugh está nas mãos dos 50 senadores republicanos e dos 49 democratas. Ora, à primeira vista, a confirmação está ganha. No entanto, do lado dos republicanos estão duas mulheres e do lado dos democratas, três senadores que vêm de Estados republicanos, que trazem um suspense extra à situação e podem fazer a decisão cair para qualquer lado.

Aqui, as razões destes senadores tornam-se mais complicadas e é necessário explicar as políticas de Kavanaugh.

Brett Kavanaugh tem um historial conservador nas suas decisões judiciais. É conhecido por ter uma postura anti-aborto, por ser defensor do porte de armas, defende que um presidente dos Estados Unidos não pode ser alvo de investigações criminais - Donald Trump, neste momento, é alvo de uma investigação criminal contra si, por alegada colaboração com o governo russo para sabotar as eleições de 2016, e foi ele que nomeou Kavanaugh.

As duas senadores republicanas podem, assim, virar o voto a favor dos democratas - e contra a confirmação do juiz. Mas os três democratas, por outro lado, podem virar o voto para os republicanos; os senadores - Joe Manchin do Virginia Ocidental, Heidi Heitkamp do Dakota do Norte e Joe Donnelly do Indiana - vêm todos de Estados tipicamente republicanos e vão a votos em novembro. Votando contra o voto reublicano, poderão perder o voto em casa, e o lugar no Senado.

Os últimos dias têm sido marcados por críticas fortes por parte das organizações associadas ao movimento #MeToo. Para essas organizações, uma confirmação de Kavanaugh, depois do testemunho de Christine Blasey Ford, seria prova de que a conjetura política atual nos Estados Unidos não pune alegados abusadores sexuais, por muito alto que seja o cargo que ocupam.

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  • João Lopes
    28 set, 2018 Viseu 21:40
    O ambiente foi adulterado pelos abortistas que não olham a meios para atingir os fins. Defender a vida humana sempre, é direito e dever de todas as pessoas de bem! Brett Kavanaugh vai ser juiz do Supremo e será uma luz de esperança para os defensores da vida humana em todas as circunstâncias! Com o aborto eliminam-se seres humanos, inocentes e indefesos, com a cumplicidade dos pais, médicos, enfermeiros e... do próprio Estado!

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