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Brasil

#EleSim. Quem são os apoiantes de Bolsonaro e o que querem?

30 set, 2018 - 23:33 • Mia Alberti, no Brasil

Jair Bolsonaro lidera sondagens para a primeira volta, mas tem a maior taxa de rejeição.

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Jair Bolsonaro é o candidato mais polémico das eleições brasileiras. O candidato de extrema-direita, pelo PSL, é acusado pela oposição de ser machista, racista e homofóbico. Contudo, Bolsonaro continua à frente das sondagens para as eleições presidenciais do dia 7 de outubro, com 28% das intenções de voto.

O seu eleitorado é composto por 61% de homens, brancos, maioritariamente do sudeste do Brasil e tem o rendimento mais alto em relação aos apoiantes de outros candidatos: em média, os fãs de Bolsonaro recebem entre 2 a 5 salários mínimo. Segundo o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), a religião mais comum entre os seus eleitores é a evangélica.

A Renascença esteve em São Paulo e foi conhecer quem são os apoiantes de Bolsonaro e porque razão é que vão votar nele.

Solange Custódio, 58 anos, dona de casa, e Paulo Custódio, 53 anos, analista de telecomunicações

Solange e Paulo estão casados há 23 anos e sempre viveram em São Paulo. Para eles, Jair Bolsonaro é o “único que pode salvar o Brasil”.

“O resto é ladrão corrupto, não presta”, dizem. Os dois vieram participar num comício eleitoral do candidato na Avenida Paulista, no centro da cidade.

O casal diz que o Estado já lhes falhou muitas vezes: quando Paulo perdeu o emprego e não recebeu subsídio ou quando Solange esperou mais de um ano para fazer uma ressonância à cabeça.

“Eu apoio a agenda conservadora do Bolsonaro, na parte dos costumes, o liberalismo económico, mas também as liberdades individuais”, diz Paulo. “O porte de arma, proibir a droga no país e a ilicitude na reação contra os assaltos”, exemplifica.

Os dois já tiveram três carros roubados e quatro assaltos à sua casa. “A insegurança chegou acima dos limites. Na sua casa, você não tem segurança para nada. Se entrarem em sua casa e você tiver uma arma e matar o bandido, você vai ser processado e isso não pode continuar”, diz.

Quanto às acusações da oposição de que Bolsonaro é racista, machista e homofóbico, Solange diz, firmemente: “Não acredito. Eles estão a trazer comentários de há mil anos para tentar denegrir a imagem agora.”

Flávia, 30 anos, dona de casa, e Leonel, 35 anos, mecânico de manutenção

Flávia e Leonel trouxeram os dois filhos ao comício pró-Bolsonaro: Igor, de 10 anos, e Luana, de seis.

Para Flávia e Leonel, uma das promessas mais apelativas do candidato de direita é sobre a educação. “Gostei do modelo que ele quer implementar nas escolas, tipo escola militar”, explica Leonel.

“A obrigação de educar os nossos filhos é minha e de minha esposa. Mas a correção vem da escola. Lá dentro, eles complementam com conhecimento e vão aprimorar o que estamos a educar aos nossos filhos”, argumenta.

Para além disso, os dois também gostam da proposta de Bolsonaro de baixar a menoridade penal dos 18 para os 16 anos, um dos temas mais debatidos na política brasileira, nos últimos anos. “Um menor que comete um crime tem consciência de que esta fazendo errado. Então, ele tem que pagar pelo que fez, independentemente da idade.”

Leonel diz que vai votar em Bolsonaro porque “senão, vai continuar a mesma patifaria. Nós queremos mudança.”

O jovem casal considera Bolsonaro um “homem honesto”, que “teve a coragem de falar o que muitos queriam dizer”. Flávia confidencia que vai votar nele “por ele ser homem, por ele ser um homem de palavra”.

Flávio Flavri, 18 anos, estudante

Há muitos anos que Flávio já sabe que quer ser polícia. Este ano, nas suas primeiras eleições, o seu candidato é Jair Bolsonaro, ele próprio um ex-militar.

“Eu gosto muito da área policial porque acho que a sociedade devia olhar para o polícia mais como um cidadão, em vez de dizer que ele não presta ou discordar dele. Eu acho isso muito mal porque ele dá a vida por nós”, diz.

Muitas das políticas de Bolsonaro vão de encontro ao que Flávio acredita. Ele é contra as drogas, contra a liberalização da marijuana (um dos temas esperado para debate na próxima legislatura), a favor da castração química de violadores (uma das promessas mais polémicas do candidato) e também do armamento da população.

“O bandido vai ter menos intenção de assaltar durante o dia”, diz, convicto. ”Não é qualquer um [que pode ter arma], tem que ter condições financeiras e um exame psicológico [para ter acesso], mas acho que temos que ter a liberalização das armas”.

Flávio diz que a maioria dos seus amigos é apoiante de Bolsonaro, mas que também tem amigos “de esquerda”. No entanto, o importante é “abrir a mente, escolher o seu lado e respeitar os outros”.

Comentários
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  • Marcus Ferreira
    01 out, 2018 RIO DE JANEIRO 19:24
    Porque o PT arrasou o Brasil, muitos brasileiros foram para Portugal e Europa, em busca de melhor qualidade de vida, segurança e paz. Nós que cá estamos queremos o resgate dos valores da Família, o respeito ao próximo, a liberdade com responsabilidade, não ao aborto, não à liberação das drogas, não ao presidiário Lula, condenado por corrupção, Não ao PT. Bolsonaro representa o desejo do resgate dos valores da Família, da Fé Cristã. Os que estão em Portugal devem votar em Bolsonaro, e contra o Comunismo do PT.
  • João Lopes
    01 out, 2018 Viseu 16:21
    O Brasil necessita de dirigentes fortes, honestos e inteligentes, que promovam no Brasil a convivência social, o respeito pela opinião contrária, o amor ao trabalho e a partilha fraterna da riqueza que existe no País! E assim terão um Brasil próspero onde todos terão gosto em viver e não sentirão nas suas vidas a pobreza, a falta de liberdade e o desespero que existe nos países comunistas da Venezuela, Nicarágua, Coreia, etc.

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