02 out, 2018 - 16:16
Um dos vencedores do prémio Nobel da Física, que foi anunciado esta terça-feira de manhã, bateu o recorde de laureado mais velho de sempre pelo Comité Nobel.
Aos 96 anos, o norte-americano Arthur Ashkin foi distinguido devido à criação de uma pinça ótica, que é usada em sistemas biológicos. Ultrapassa assim, por uma margem de seis anos, o anterior recorde, que pertencia a Leonid Hurwicz, vencedor do prémio Nobel da Economia, em 2007.
Ashkin nasceu em 1922 em Brooklyn, numa família de judeus imigrados da Ucrânia. O pai era dentista e a família revelou uma apetência para a ciência. Outro irmão de Arthur seguiu também a área da Física também, tendo trabalhado no famoso “Projeto Manhattan”, que desenvolveu a bomba nuclear.
Arthur também estudou física nuclear, já depois de ter completado a sua licenciatura, mas acabaria por trabalhar no ramo das micro-ondas e, mais tarde, com lasers.
Inicialmente, o seu trabalho com lasers, que levou à descoberta da pinça ótica, não foi bem-sucedido e o laboratório onde trabalhava cortou-lhe o financiamento. Mas Ashkin continuou a acreditar e formou uma equipa para continuaro projeto, recrutando um jovem cientista chamado Steven Chu.
Chu acabaria por ir para outra equipa e, em 1997, foi-lhe atribuído, precisamente, o Nobel da Física. As descobertas de Chu não teriam sido possíveis sem a investigação prévia de Ashkin e o físico confessou mais tarde que se sentiu magoado, não só por ter sido ignorado na atribuição desse prémio, mas também porque a Academia Sueca escreveu no documento que fez acompanhar do prémio de Chu que um físico russo, Vladilen S. Letokhov, tinha trabalhado as mesmas teorias na antiga União Soviética. Ashkin diz que é falso e que ele foi o pioneiro.
21 anos mais tarde, foi reposta alguma justiça, então, com a atribuição do Nobel da Física ao já nonagenário Arthur Ashkin.