04 out, 2018 - 23:28
Angola registou este ano quase 2,5 milhões de casos de malária, que vitimaram 3.364 pessoas, continuando a doença a constituir a primeira causa de morte no país, indica esta quinta-feira um relatório do Ministério da Saúde angolano.
No documento divulgado pela Comissão Interministerial de Combate à Malária e à Cólera do Ministério da Saúde angolano, a que a agência Lusa teve acesso, as autoridades sanitárias registaram, entre 01 de janeiro e 28 de setembro último, 2.472.033 casos.
Só nas últimas 24 horas, a província de Luanda, segundo o relatório, é a que maior número de casos registou, com 1.582 do total de 5.041 notificações de todas as 18 regiões, seguida da de Benguela (573 casos). Entretanto, o Boletim Epidemiológico de 2017 dá conta que a malária provocou, no ano passado, 13.979 óbitos, de um total de 4.515.531 casos.
Tendo os dados em conta, os números de 2017 registaram uma diminuição em mortes comparativamente a 2016, ano em que foram registadas 18.082 mortes, de um total de 4.438.837 casos. De acordo com os dados, os menores de 5 anos foram os mais afetados, com 1.599.826 casos, que resultaram em 6.849 mortes, seguindo-se as crianças entre os 5 e 14 anos, com 4.045 óbitos em 1.386.987 casos, enquanto nos maiores de 14 anos houve 1.528.718 casos e 3.085 mortes.
“Verifica-se que o risco de adoecer e morrer diminui com o aumento da idade. A taxa de incidência em menores de cinco anos e as taxas de mortalidade em crianças dos cinco aos 14 anos e em maiores de 14 anos acabaram por aumentar com relação ao ano 2016”, sublinha-se o documento.
A província de Luanda liderou a lista de casos, com 1.036.013, e de óbitos, com 2.334, seguindo-se Benguela (375.825 casos e 1.413 mortes). As províncias da Huíla, Namibe e Zaire foram as que não registaram durante o ano surtos da doença, segundo indica o relatório.
Numa análise à sazonalidade dos casos de malária em 2017, verifica-se a existência do surto epidémico durante quase todo o ano, à exceção dos meses de março e agosto. “O aumento dos casos de síndromes febris suspeitos de malária registados nos meses de abril, maio e junho, típico do padrão sazonal, foi atribuído pelas cargas pluviométricas que favorecem a proliferação do vetor neste período, junto com outros determinantes”, salienta-se no boletim.