04 out, 2018 - 09:05 • Cristina Nascimento
Já foi ministro da Educação e presidente da Câmara de São Paulo. Está na corrida ao Palácio do Planalto, mas leva consigo uma pedra no sapato: a suspeita de corrupção, branqueamento de capitais e associação criminosa.
Fernando Haddad, 55 anos, é advogado e professor universitário. Tem raízes libanesas. O pai emigrou para o Brasil em 1947 e a mãe já nasceu no Brasil, filha de libaneses.
Casou-se, em 1988, com a dentista Ana Estela Haddad, depois de dois anos de namoro. É pai de um rapaz e uma rapariga.
Foi escolhido pelo Partido dos Trabalhadores para ser candidato às eleições presidenciais, depois do Tribunal Superior Eleitoral ter chumbado a candidatura de Lula da Silva.
Para trás ficaram sete anos como ministro da Educação (entre 2005 e 2012) nos governos de Lula e Dilma Rousseff. Enquanto titular da pasta, foi o responsável pela implementação do Programa Universidade para Todos, que prevê a concessão de bolsas de estudo em universidades privadas para estudantes com poucos recursos económicos. Foi também durante o seu mandato que foi alargada a obrigatoriedade do ensino, passando a ser entre os quatro e os 17 anos.
Depois do Ministério da Educação, conseguiu ser eleito presidente da Câmara de São Paulo (2013-2016). Uma das suas bandeiras de gestão foi a mobilidade. Haddad implementou vários projetos para dar prioridade ao transporte coletivo, bicicletas e a outros meios de transporte que não o individual motorizado.
Já depois de ter deixado o cargo, em 2018, Fernando Haddad e três outras pessoas foram acusadas de improbidade administrativa por irregularidades na construção da ciclovia Ceagesp-Ibirapuera.
Outra das polémicas em que o atual candidato se viu envolvido está relacionada com o alegado uso de aviões da Força Aérea Brasileira para o seu transporte pessoal e da família. De acordo com o jornal “Folha de São Paulo”, entre 2010 e 2011, Haddad fez 129 voos entre Brasília e São Paulo, o que dá uma média de uma viagem de ida e volta por semana.
O que promete Haddad?
O Programa de Governo, com 61 páginas, é muito idêntico ao que propunha Lula da Silva. No plano económico, Haddad promete revogar várias privatizações e reformas realizadas pelo governo de Michel Temer.
Aponta também para uma reforma bancária para aumentar o crédito barato às famílias e empresas.
Na área da educação, Haddad quer mais investimento na primeira infância, com aumento de vagas em creches e capacitação dos profissionais.
Fernando Haddad aposta ainda da defesa da vida e na redução do número de homicídios.
No plano ambientalista, o candidato quer promover a alimentação saudável e a democratização da terra. Propõe ainda mudar a iluminação pública em todo o país, trocando as lâmpadas convencionais por modelos de LED, com maior luminosidade e menos consumo.
Em matéria de política externa, Haddad quer privilegiar, como Presidente, a relação com a América Latina e África.