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Bolsonaro desiste do último debate por razões médicas. Adversário diz que atestado é falso

03 out, 2018 - 19:39 • Tiago Palma

Candidato da extrema-direita foi desaconselhado pelos médicos. "Contraindicámos a participação em debates ou qualquer atividade que possa cansá-lo", anunicou cirurgião. Bolsonaro lidera as intenções de voto.

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O candidato da extrema-direita brasileira, Jair Bolsonaro, líder nas intenções de voto das sondagens para as presidenciais do próximo domingo, desistiu de participar no último debate (previsto para esta quinta-feira) por recomendação médica.

A decisão foi anunciada pelos médicos que acompanham os ferimentos que Bolsonaro sofreu aquando do seu esfaqueamento, no início de setembro, em Juiz de Fora. O candidato do Partido Social Liberal (PSL) manteve-se hospitalizado durante grande parte do período de campanha eleitoral, tendo recebido alta hospitalar no passado sábado.

Bolsonaro suspendeu a sua campanha e não compareceu a nenhum dos debates posteriores. Mesmo assim, as intenções de voto na extrema-direita subiram de 22% (percentagem que tinha antes do ataque) para 32%, segundo a sondagem divulgada na terça-feira pela Datafolha.

“Ele não irá [ao debate de quinta-feira] porque o desencorajamos e ele é muito obediente”, disse à imprensa o cirurgião António Macedo, após ter saído da casa do candidato do PSL, no Rio de Janeiro.

O cirurgião, que visitou Jair Bolsonaro acompanhado pelo cardiologista Leandro Echenique, disse que Bolsonaro expressou o desejo de participar no debate, mas garantiu que vai atender à recomendação médica. “Nós contraindicámos a participação em debates ou qualquer atividade que possa cansá-lo ou forçá-lo a falar mais de 10 minutos”, explicou Antonio Macedo.

No ataque, Bolsonaro sofreu ferimentos graves em várias partes do intestino e foi submetido a duas cirurgias. De acordo com o seu médico, o deputado não pode participar em atividades que exijam muito esforço físico durante mais de 15 minutos, porque “isso pode prejudicar a sua evolução”.

Durante o período em que esteve internado, Bolsonaro limitou-se a fazer campanha através das redes sociais. Na passada quinta-feira, publicou uma mensagem na rede Twitter, dizendo que o Brasil não merece ser governado a partir de uma prisão – numa clara referência ao ex-Presidente Lula da Silva, condenado por corrupção.

“O nosso país não merece ser governado a partir de dentro da prisão ou pelos seus afilhados políticos disfarçados de opções, mas com a mesma essência que nos destrói”, afirmou o candidato, numa crítica também direcionada para o sucessor de Lula da Silva como candidato presidencial do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad.

Apesar de liderar as sondagens, Bolsonaro é também o candidato com maior taxa de rejeição eleitoral.

Ciro Gomes acusa Bolsonaro de usar atestado falso

O candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT) às presidenciais brasileiras, Ciro Gomes, acusou esta quarta-feira Jair Bolsonaro de usar um atestado falso para não comparecer ao último debate televisivo antes das eleições, apelidando-o de “nota de três reais”.

“Eu quero dizer que eu vou tirar a sua máscara, Bolsonaro. Você não pode deixar de ir ao debate. Você está mentindo e atestado médico falso é crime”, afirmou Ciro Gomes à imprensa, em São Paulo. E desafiou: “Vá ao debate da Globo que eu vou mostrar que você é uma nota de três reais”.

O candidato do PDT afirmou ainda que vai tentar processar os médicos de Bolsonaro por emitirem um atestado falso.

Quanto à sua própria participação no último debate, Gomes prometeu: “Sou o que sou, vou falar o que penso, vou procurar dizer ao povo brasileiro para desarmarmos essa bomba de extremismos do PT [Partido dos Trabalhadores] e Bolsonaro". Extremismos que, na opinião do candidato, vão "afundar o Brasil numa crise de que talvez não possamos sair com a democracia”.

Comentários
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  • fanã
    03 out, 2018 aveiro 20:00
    COBARDIA ............ ! enfrentar um debate , não necessita esforço físico .

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