09 out, 2018 - 18:13 • Tiago Palma
Será desta? O empresário britânico Richard Branson, proprietário da Virgin Galactic, garantiu, em entrevista à CNBC, que as viagens de "turismo" espacial vão começar "dentro de poucas semanas". A surpreendente garantia de Branson surge numa altura em que a Amazon ou a Space X (de Elon Musk, CEO da Tesla) também apostam seriamente no transporte de passageiros ao espaço.
“Levaremos pessoas ao espaço num curto espaço de tempo. Por isso, adivinham-se meses muito prometedores. Considero que há mercado para pessoas que gostariam de ser 'astronautas' e ir ao espaço. Vamos fazer naves espaciais capazes de acorrer à procura”, garantiu o empresário à cadeia norte-americana de televisão.
Naves há. Há muito. Em 2004, Richard Branson anunciou o projeto de voos suborbitais (a nave sobe até aos 100 quilómetros de altitude, permanece lá durante alguns minutos e, depois, volta a descer), garantindo que as primeiras começariam dali a ano e meio. Cada bilhete da Virgin Galactic custava 200 mil euros. Mas nem o preço avultado afastou os interessados. São hoje perto de 700 aqueles com bilhete, incluindo cinco portugueses, sendo conhecida a identidade de apenas um: Mário Ferreira, CEO da Douro Azul.
A verdade é que as prometidas viagens nunca acontecerem, continuando desde então a Virgin Galactic em testes ao seu SpaceShipTwo. Mas nem tudo correu bem nestes testes.
Em novembro de 2014, por exemplo, um acidente resultou na morte do co-piloto, causando ferimentos graves ao piloto. Para a SpaceShipTwo viajar até aos 100 quilómetros de altitude tem, primeiro, de ser levada até aos 13,7 quilómetros por outro avião, o WhiteKnightTwo, separando-se os dois aí. Na altura de descer, a configuração de asas da SpaceShipTwo não mudou como era suposto, começando o aparelho a girar de forma descontrolada, partindo-se e despenhanado-se no deserto do Mojave, na Califórnia.
De imediato, pelo menos duas dezenas de pessoas desistiram da viagem organizada pela Virgin Galactic, mantendo-se os cinco portugueses em espera. Então, ao Público, Mário Ferreira garantia: “Estou neste projecto desde 2004. Não tenho nenhuma vontade de desistir e continuarei a apoiar o projecto. É verdade que o projecto está um pouco mais longe, mas também é verdade que acidentes ocorrem".