14 out, 2018 - 01:45
Paulo Portas admite ser "um bocadinho aterrador" a ideia de não haver um acordo para Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia.
A cinco dias de se saber se há acordo ou não, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros recordou, na escola de quadros da Juventude Popular (JP), em Peniche, Leiria, que "não há memória de uma separação na União Europeia".
"Nada garante que uma vez acontecida a primeira [saída] seja a última", afirmou Portas numa conferência, em tom de aula, sobre a Europa e o Mundo e em que nunca abordou a situação política portuguesa.
Portas afirmou que, "ao contrário do que pensam fundamentalistas de um lado e do outro", "o continente precisa do Reino Unido e o Reino Unido precisa do continente".
Os britânicos precisam do resto da Europa como mercado de exportações, antecipando que, a haver acordo, ele seja traduzido numa união aduaneira, "embora não lhe devam chamar assim", disse.
E a União Europeia também precisa do Reino Unido, por "questões de segurança", dado que é um país com armamento nuclear num mundo em que os gastos em defesa são encimados pelos Estados Unidos, seguidos da China, Rússia, Arábia Saudita e índia.
Os primeiros países europeus são França, em sexto, e a Grã-Bretanha, em sétimo, pelo que o Brexit teria como consequência a uma "exiguidade de forças" da Europa em termos mundiais.
"Bastaria a consciência disto" para fazer um acordo", disse Portas apontado para o 'powerpoint' com os gastos mundiais em defesa, do Instituto Internacional de Investigação sobre a Paz de Estocolmo (SIPRI, sigla em inglês).