29 out, 2018 - 15:09
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta segunda-feira que Portugal e Brasil “têm de se dar bem” e disse esperar “um trabalho em conjunto a nível de chefes de Estado” durante a presidência de Jair Bolsonaro.
À saída de uma iniciativa na Reitoria da Universidade de Lisboa, o chefe de Estado português considerou também “fundamental que o Brasil esteja empenhado” no “novo ciclo” que está em preparação na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). “Espero bem que aconteça”, observou.
Quanto às relações bilaterais, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que “há uma comunidade portuguesa e lusodescendente fortíssima no Brasil, de várias gerações, e agora há uma comunidade brasileira fortíssima em Portugal”.
“Portanto, os países têm de se dar bem, e eu espero que seja isso que aconteça no mandato de quatro anos do Presidente que acaba de ser eleito”, afirmou.
Interrogado se Portugal vai relacionar-se com o Brasil com o mesmo entusiasmo que tinha até aqui, o Presidente da República respondeu que “os chefes de Estado não têm de ter entusiasmo ou não ter entusiasmo, esse é um problema dos cidadãos”, e que a sua função é “defender, naturalmente, os respetivos povos”.
“Fiz questão de enviar a mensagem ao Presidente Jair Bolsonaro e de lembrar a nossa fraternidade, que é histórica e atual, a comunidade portuguesa fortíssima no Brasil e a comunidade brasileira fortíssima em Portugal. Que o mesmo é dizer: esperar que nestes quatro anos haja um trabalho em conjunto a nível de chefes de Estado, mas também de chefe de Estado brasileiro com o Governo português, uma vez que o sistema brasileiro é presidencialista”, acrescentou.
O candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro, de 63 anos, capitão do Exército brasileiro na reforma, filiado no Partido Social Liberal (PSL), foi eleito no domingo o 38.º Presidente da República Federativa do Brasil, com 55,1% dos votos, na segunda volta das eleições presidenciais brasileiras.
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil, Fernando Haddad, de 55 anos, candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), obteve 44,9% dos votos, e a abstenção registada foi de 21,3%, num universo de cerca de 147,3 milhões de eleitores inscritos.