29 out, 2018 - 09:42
Angela Merkel não se vai recandidatar à liderança da CDU na conferência do partido democrata-cristão, em dezembro. Segundo a agência Reuters, o anúncio foi feito esta segunda-feira à direção do partido e já provocou a queda do euro. Merkel, de 64 anos, lidera a CDU desde 2000.
A decisão surge depois das eleições de domingo para o parlamento regional de Hesse, em que os partidos que compõem a coligação governamental da Alemanha venceram, mas com uma perda significativa de votos.
A CDU tem vindo a perder terreno em todas as eleições disputadas na Alemanha. Nas legislativas de 2017, os democratas-cristãos não conseguiram obter a maioria absoluta, obrigando a repetir a coligação com os sociais-democratas do SPD.
O que se segue?
A conferência da CDU está marcada para dezembro, em Hamburgo. Nessa altura, será eleito o novo líder do partido. Sem Angela Merkel na corrida, o atual secretário-geral, Annegret Kramp-Karrenbauer, é o favorito à sucessão.
Porém, poucas horas após a notícia da decisão de Merkel, o ex-líder do grupo parlamentar da CDU, Friedrich Merz, manifestou disponibilidade para disputar a liderança, avança a agência Reuters, citando fontes do partido. A Reuters também diz que fontes dentro da CDU dizem que o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn e a secretária-geral do partido, Annegret Kramp-Karrenbauer, também querem suceder a Merkel na frente do partido.
Esta saída permite aos democratas-cristãos construírem e solidificarem o perfil do novo líder antes das próximas eleições legislativas, em 2021.
Tradicionalmente, o líder do maior partido no governo é quem o ocupa o cargo de chanceler, embora não seja obrigatório. O antecessor de Angela Merkel, Gerhard Schröder, deixou a liderança do seu partido em fevereiro de 2004, mas continuou a governar a Alemanha até novembro do ano seguinte.
Neste caso, Angela Merkel deverá continuar a ocupar o cargo de chanceler até 2021, mesmo depois de deixar a liderança da CDU. Essa será a vontade de Merkel, avança a agência de notícias germânica DPA.
Chegados a 2021, Merkel não se irá candidatar a chanceler da Alemanha nem ao lugar de deputada no parlamento alemão, adianta ainda a agência Reuters, citando fontes da CDU.