30 out, 2018 - 14:19
O Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, revelou na segunda-feira, na sua primeira entrevista após a eleição, que pretende convidar o juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, para ser ministro da Justiça ou para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro, em entrevista ao canal televisivo Record, informou que em breve vai conversar com o magistrado federal, que mora em Curitiba, no estado do Paraná, mas não adiantou quando será o encontro.
Contactado pela Agência Reuters, Sérgio Moro recusou-se a comentar as declarações de Bolsonaro.
O recém-eleito Presidente destacou ainda que o seu governo terá uma “conversa harmoniosa” com o sistema Judiciário, tendo afirmado que já conversou com o atual presidente do STF, Dias Toffoli, e que terão um novo encontro, segundo a Agência Brasil.
Um dos processos da Operação Lava Jato, conduzida pelo juiz Sérgio Moro, levou à condenação a pena de prisão do ex-Presidente Lula da Silva (PT) e ao seu afastamento da corrida presidencial deste ano.
Bolsonaro afirmou também que irá visitar o presidente Michel Temer para agradecer as felicitações que recebeu: “Será a primeira pessoa que irei procurar”, disse.
De acordo com o político da extrema-direita, os dois meses finais do governo Temer serão da “mais perfeita harmonia”.
Nos próximos dias, Jair Bolsonaro deverá confirmar o nome do astronauta e major da reserva Marcos Pontes para o Ministério da Ciência e Tecnologia, adiantou o próprio em entrevista.
Até ao momento já foram confirmados os nomes do deputado federal Onyx Lorenzoni para ocupar o ministério da Casa Civil, o general da reserva Augusto Heleno para a Defesa e o economista Paulo Guedes para a pasta da Economia.
O candidato do Partido Social Liberal (PSL, extrema-direita) Jair Messias Bolsonaro, 63 anos, capitão do Exército reformado, foi eleito no domingo, na segunda volta das eleições presidenciais, o 38.º Presidente da República Federativa do Brasil, com 55,1% dos votos.
De acordo com os dados do Supremo Tribunal Eleitoral, Fernando Haddad, candidato do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), conquistou 44,9% dos votos, com o escrutínio provisório (99,99% das urnas apuradas) a apontar para 21% de abstenção do total de eleitores inscritos (mais de 147,3 milhões).