02 nov, 2018 - 22:47
O ministro do 'Brexit', Dominic Raab, reuniu-se com líderes do pró-britânico Partido Unionista Democrático e dos nacionalistas irlandeses do Sinn Fein e visitou a fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, que integra a UE.
O Reino Unido e a UE concordam que, depois do 'Brexit', não devem existir barreiras ou postos alfandegários que possam prejudicar empresas e cidadãos dos dois lados da fronteira e minar o dificilmente conseguido processo de paz na Irlanda do Norte. Mas, não concordam sobre como o conseguir.
A UE propôs manter a Irlanda do Norte dentro da sua união aduaneira. Mas, os unionistas, que suportam o governo conservador britânico, rejeitam esta proposta, porque significaria a existência de controlos alfandegários e fronteiriços entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido.
"A Irlanda do Norte não deve ser envolvida num acordo que mina a integridade constitucional ou económica do Reino Unido", afirmou o líder da DUP, Arlene Foster.
Raab afirmou que o Reino Unido quer "comércio sem fricções com a UE", mas também quer "preservar o mercado interno dentro do Reino Unido".
Estas, acentuou, "não são escolhas binárias", garantindo que quer "preservar as duas".
Raab não esclareceu como é que os objetivos seriam alcançados, dizendo que não faria "comentários a fugir" sobre as negociações.
A líder do Sinn Fein, Mary-Lou McDonald, acusou Raab de "evoluir simplesmente através das propostas", mais do que procurar uma solução.
Ao contrário, contrapôs, o que devia fazer era "uma ação de forma responsável, de uma forma que se reconheça a ameaça e o estrago que o 'Brexit' pode e vai fazer à economia e, potencialmente, ao acordo de paz".
McDonald afirmou que o Reino Unido agiria "de forma imprudente" se recuar no seu compromisso de evitar uma fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.
O Reino Unido deve sair da União europeia em 29 de março, mas o impasse sobre a fronteira tem impedido Londres e Bruxelas de chegarem a acordo sobre os termos da sua separação, bem como uma transição suave para uma nova relação.
O impasse fronteiriço tem acentuado o receio de que o Reino Unido possa sair da UE sem um acordo, o que provocaria o caos e perturbações económicas.