07 nov, 2018 - 09:00 • Marília Freitas
Na votação de terça-feira nos Estados Unidos foram escolhidos congressistas, senadores e governadores em 36 estados que vão ocupar lugares na Câmara dos Representantes e no Senado no Congresso norte-americano.
Mais de dez mil pessoas já serviram na Câmara dos Representantes e quase 1.300 no Senado dos EUA, mas ainda há espaço para “primeiras vezes”, sobretudo no que respeita às minorias.
Nunca se elegeram tantas mulheres
Mais de 100 mulheres foram eleitas nas “midterms” desta terça-feira. 92 vão estar no Congresso e dez conquistaram um lugar no Senado, juntando-se a outras dez que já lá estavam. No total, passam a ser 112. Nunca tantas mulheres serviram ao mesmo tempo. O anterior recorde era de 107.
Mulheres indígenas no Congresso
Deb Haaland e Sharice Davids entraram para a história dos Estados Unidos esta terça-feira. São as primeiras mulheres indígenas a serem eleitas para a Câmara dos Representantes do Congresso norte-americano.
Deb Haaland, que liderou o Partido Democrata do Novo México (2015-2017) e foi responsável pelo voto dos indígenas na campanha presidencial de Barack Obama em 2012, vai ocupar a vaga deixada pelo também democrata Michelle Lujan Grisham, que conquistou a eleição para o cargo de Governador do Novo México.
Sharice Davids, advogada e ex-lutadora de artes marciais, eleita pelo Kansas, é também a primeira lésbica no Congresso.
Agora, estas duas mulheres juntam-se aos outros dois indígenas que servem atualmente na Câmara dos Representantes: os republicanos Markwayne Mullin e Tom Cole, ambos de Oklahoma, que foram reconduzidos.
As primeiras muçulmanas
Rashida Tlaib e Ilhan Omar são as primeiras mulheres muçulmanas a chegar ao Senado norte-americano.
Ilhan Omarfoi, eleita pelo Minnesota, tem 36 anos e chegou aos EUA aos 14 com o estatuto refugiada, depois de ter fugido da guerra civil da Somália.
Rashida Tlaib, de 42 anos, nasceu nos Estados Unidos. É a mais velha de 14 filhos de uma família de imigrantes palestinianos. Foi eleita pelo estado do Michigan.3
A primeira afro-americana
Ayanna Pressley, democrata do Massachusetts, é a primeira mulher afro-americana a representar este estado no Congresso norte-americano.
A mais nova
Com 29 anos, Alexandria Ocasio-Cortez é a mulher mais nova de sempre eleita para o Congresso norte-americano. A democrata venceu no 14.º distrito de Nova Iorque com mais de 78% dos votos.
O primeiro homossexual
Jared Polis é o primeiro homossexual assumido a ser eleito governador. O democrata venceu as eleições no Colorado.
Ted Cruz vence estrela emergente democrata
O senador republicano Ted Cruz derrotou Beto O'Rourke, estrela emergente do Partido Democrata, e foi reeleito pelo estado do Texas.
Cruz, que tinha ficado em segundo nas primárias republicanas de 2016 que escolheram então o candidato à presidência dos Estados Unidos, venceu um adversário que, segundo o senador, tinha uma agenda sobre o controlo de armas e assistência médica universal demasiado liberal para o Texas.
Nas redes sociais, são agora muitos os que apelam à candidatura de Beto O’Rourke à corrida presidencial de 2020
Quatro portugueses eleitos
Cinco candidatos com raízes portuguesas concorreram à Câmara dos Representantes, um dos dois órgãos legislativos que compõem o Congresso.
Devin Nunes foi reeleito para a Câmara dos Representantes, pelo 22º distrito da Califórnia. Apoiante de Donald Trump, o republicano tinha 54,8% dos votos, quando já estavam contados mais de 70%.
Também Jim Costa confirmou a reeleição. O candidato Candidato democrata pelo 16.º distrito da Califórnia, obteve 57,7% dos votos. Costa é congressista desde 2004.
Ainda na Califórnia, no 21.º distrito, o republicano David Valadão foi eleito com 55,7% dos votos.
Lori Loureiro Trahan deverá ganhar a corrida no 3.º distrito do Massachussets. As primeiras contagens apontavam para uma vitória com mais de 65% dos votos.
“Manny” Santos é o único candidato com raízes portuguesas fica fora do Congresso depois destas eleições. O republicano perdeu a eleição no 5.º distrito do Conneticut. Ficou-se pelos 44,1%.