12 nov, 2018 - 12:04
A Bulgária tornou-se no mais recente país europeu a rejeitar o Pacto Global das Nações Unidas que procura regular o tratamento de migrantes em todo o mundo. A decisão foi tomada esta segunda-feira.
O Pacto Global para a Segurança, Ordem e Regulação de Migração foi aprovado em julho pelos 193 países das Nações Unidas (ONU) exceto pelos Estados Unidos, que saíram do acordo o ano passado.
O acordo surgiu depois da maior vaga de migrantes a entrar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, muitos fugindo de conflitos no Médio Oriente, especialmente da Síria.
No entanto, vários governos de direita, como o da Hungria e o recém-eleito governo na Áustria, têm dito que não vão assinar o documento final, numa cerimónia agendada para dezembro. Os países receiam que a diferença legal entre migração legal e ilegal se torne vaga e permita a entrada de mais refugiados.
A Polónia, a República Checa e agora a Bulgária agora seguem o mesmo caminho.
"A posição do governo búlgaro não se vai juntar ao pacto global das Nações Unidas para a migração", disse Tsevan Svetanov, líder do GERB, partido de centro-direita e o maior dos partidos no governo.
Além do GERB, também o partido que faz coligação no governo, o Patriotas Unidos, opõe-se veementemente ao pacto da ONU, defendendo que põe em risco os interesses nacionais búlgaros. O parlamento búlgaro vai debater o pacto na quarta-feira.
O pacto da ONU abrange formas de proteger os migrantes, como integrá-los nos novos países e como fazê-los regressar aos países de origem. O diplomata suíço que ajudou a negociar o acordo, Pietro Mona, defendeu a proposta na segunda-feira, dizendo que ajuda países mais pequenos, como a Suíça, a proteger melhor os seus interesses.
Também o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que a União Europeia deves-e unir em torno da problemática dos refugiados. "Se um ou dois ou três países saírem do Pacto Global da ONU para as migrações, então nós como União Europeia não conseguimos defender os nossos próprios interesses", disse Juncker.
A Bulgária, que fica numa das principais rotas migratórias do Médio Oriente para a Europa Ocidental, disse que já estava a tomar medidas para parar a emigração ilegal e proteger as fronteiras da União Europeia.