Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Lula volta ao banco dos réus. O que é o caso "sítio de Atibaia"?

14 nov, 2018 - 06:45

Ex-Presidente do Brasil, que está a cumprir uma pena de 12 anos de prisão, vai responder neste julgamento por corrupção e lavagem de dinheiro. Em causa está uma propriedade que terá sido uma contrapartida por favorecimento em contratos com a Petrobras.

A+ / A-

Luiz Inácio Lula da Silva, antigo Presidente do Brasil, vai deixar esta quarta-feira a cadeia (por algumas horas) para ser ouvido como suspeito no caso conhecido como sítio de Atibaia.

Na ressaca da derrota para Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais, o Partido dos Trabalhadores (PT) promete uma grande mobilização nas ruas para apoiar o seu líder histórico.

Lula é acusado de quê?

Neste processo do sítio de Atibaia, uma propriedade no estado de São Paulo, Lula da Silva vai responder em tribunal pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O que alega o Ministério Público?

Os procuradores consideram que o antigo Presidente é o verdadeiro dono da quinta de Atibaia e foi o beneficiário de obras feitas nas casas, com piscina, rodeadas por uma floresta.

Os trabalhos foram pagos por construtoras, alegadamente, beneficiadas em contratos com a Petrobras, a petrolífera estatal brasileira. José Carlos Bumlai, empresário do setor da pecuária, também terá financiado a remodelação.

O que diz Lula?

A defesa garante que Lula da Silva não é o proprietário, mas apenas frequentava o sítio. A propriedade está em nome de dois sócios de Fábio Luís Lula, o filho do antigo Presidente do Brasil, também conhecido como “Lulinha”.

O Ministério Público (MP) acredita que os amigos de “Lulinha”, Jonas Suassuna e Fernando Bittar, são na realidade “testas de ferro” de Lula da Silva.

De acordo com as provas apresentadas acusação, carros utilizados pelo ex-Presidente brasileiro estiveram em Atibaia 270 vezes, entre 2011 e 2016.

Quem são os outros arguidos?

Neste caso que resulta da operação “Lava Jato” há um total de 12 suspeitos no banco dos réus. Além de Lula da Silva, entre os arguidos estão Marcelo e Emílio Odebrecht, da construtora Odebrecht, e Léo Pinheiro, antigo líder máximo da construtora OAS.

A abrigo da “delação premiada” para redução da pena, Léo Pinheiro confessou que Lula da Silva foi o beneficiário da remodelação financiada pela OAS.

Outros arguidos são o empresário do setor da pecuária José Carlos Bumlai, os amigos Jonas Suassuna e Fernando Bittar, o ex-assessor Rogério Pimentel e o advogado Roberto Teixeira, do circulo próximo de Lula da Silva, que tratou do processo de compra da propriedade.

Quanto dinheiro está em jogo?

O MP brasileiro acredita que, em troca de contratos com a Petrobras, a Odebrecht e a OAS pagaram as obras e a decoração do sítio de Atibaia, no valor de 180 mil euros. O alegado esquema durou entre 2010 e 2014.

Quem vai interrogar Lula?

A juíza federal Gabriela Hardt, da 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná, vai interrogar Lula da Silva neste processo do sítio de Atibaia.

Gabriela Hardt, de 42 anos, é a nova responsável interina pela operação Lava Jato. Substitui o juiz “estrela” Sérgio Moro, que vai ser o ministro da Justiça do Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro.

Uma das decisões mais mediáticas da juíza substituta foi a mandado de prisão do ex-ministro José Dirceu, homem forte do primeiro Governo de Lula da Silva.

Lula cumpre pena por apartamento de luxo

Desde 7 de abril, Lula da Silva está a cumprir uma pena de 12 anos e um mês de prisão, num processo relacionado com um triplex na zona do Guarujá, no litoral de São Paulo, em que foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Neste caso, foi acusado de ter recebido o apartamento de luxo da construtora OAS, como contrapartida por favorecimentos em contratos com a Petrobras.

O líder histórico do Partido dos Trabalhadores (PT), que nega qualquer crime, está a cumprir a pena na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, no estado do Paraná.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+