15 nov, 2018 - 14:24
Os negociadores em Bruxelas apoiam o pré-acordo do Brexit por não haver melhor alternativa. A primeira-ministra britânica, Theresa May, defendeu esta quinta-feira o esboço de acordo técnico que permitirá ao Reino Unido sair da União Europeia (UE), mas as autoridades europeias não estão contentes com o documento.
Segundo a agência Reuters, fontes europeias defendem que, devido às exigências das duas partes nas negociações do acordo, não havia nada melhor que pudesse ser alcançado.
"Achamos que os dois lados esgotaram a margem de manobra dentro das respetivas possibilidades", disse uma fonte da UE à Reuters.
A UE e o Reino Unido acordaram que a saída do país da comunidade europeia será concluída a 29 de março de 2019, com ou sem acordo para tal. Theresa May já fez saber que, apesar de haver a possibilidade de esse prazo ser alargado, o seu Governo não tenciona manter o Reino Unido dentro da UE por mais tempo.
Até ao dia 25 de novembro, dia da cimeira extraordinária do Conselho Europeu para debater o acordo técnico alcançado, os dois lados têm de chegar a acordo quanto à duração da transição pós-Brexit, que permitirá uma saída mais "suave" do Reino Unido. Theresa May também fez saber que, no caso da fronteira terrestre entre a Irlanda do Norte (que faz parte do Reino Unido) e a Irlanda (dentro do espaço da UE), haverá "negociações futuras" para discutir isso.
O prazo de 25 de novembro é o ponto que falta no rascunho apresentado pelo Governo britânico e aprovado em Conselho de Ministros na quarta-feira. Isto porque vários ministros e membros do Governo demitiram-se na manhã desta quinta-feira devido ao pré-acordo e vários deputados prometeram que votariam para chumbar o documento no Parlamento britânico.
Segundo o acordo técnico de saída, pode haver apenas uma extensão do prazo da tansição. Dia 25 de novembro é o dia em que os líderes europeus vão votar o documento.
À Reuters, as fontes europeias disseram que qualquer extensão do período de transição teria de ser decidido mediante uma contribuição britânica apropriada para o Orçamento plurianual da UE, que corresponderia, na prática, à contínua pertença do Reino Unido na UE em termos de contribuições financeiras.