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Vice-presidente americano confirma que Trump e Kim vão-se encontrar em 2019

15 nov, 2018 - 12:35

Mike Pence acredita que os dois países vão sair das negociações com um programa concreto para a desnuclearização da península coreana.

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O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, disse esta quinta-feira que o Presidente americano Donald Trump planeia encontrar-se com Kim Jong-Un, o líder da Coreia do Norte, em 2018. Pence aponta também que Trump irá pressionar a Coreia do Norte para criar um plano que acabe com o seu programa nuclear.

Os Estados Unidos e a Coreia do Norte têm discutido uma segunda reunião entre os seus líderes depois da cimeira em junho, em Singapura, em que começaram as negociações para acabar com a tensão nuclear entre os países. Recentemente, uma fonte da administração Trump já tinha indicado que um novo encontro com o homólogo norte-coreano vai concretizar-se "no início de 2019".

"Os planos estão em preparação. Acredito que a cimeira vai ocorrer depois da deste ano, mas o quando e o onde ainda estão a ser trabalhados", disse Pence aos jornalistas, depois de se encontrar com o Presidente sul-coreano Moon Jae-in.

Numa outra entrevista à televisão americana NBC News, Mike Pence afirmou que os Estados Unidos não vão obrigar o regime de Pyongyang a dar uma lista completa de todas as suas armas nucleares e respetiva localização antes da segunda cimeira. Contudo, sublinhou que a próxima cimeira tem de resultar num plano concreto.

"Acho que é absolutamente imperativo que na próxima cimeira tenhamos um plano para identificar todas as armas em questão, identificar os locais onde as desenvolvem, permitir a entrada de inspetores nos locais e um plano para desmantelar as armas nucleares", apontou o vice-presidente americano.

Pence e Moon encontraram-se no âmbito da cimeira Ásia-Pacífico, que está a decorrer em Singapura esta semana.

Lentamente se arruma a casa

Um "think tank" nos Estados Unidos tinha anunciado na segunda-feira que identificou pelo menos 13 bases militares que estão em atividade de um total de 20, bases essas cuja existência não foi declarada pela Coreia do Norte. A descoberta deixou sob alerta os negociados americanos, que têm esperança de persuadir Kim Jong-Un a pôr fim ao seu programa nuclear.

A Coreia do Norte entrou em negociações com poderes regionais em 1994 e em 2005 para desmantelar o seu programa nuclear em troca de benefícios económicos e recompensas diplomáticas. No entanto, esses acordos nunca chegaram a bom porto e Pyongyang tem continuado a desenvolver armas de destruição maciça de forma clandestina.

Desde o ano passado, a Coreia do Norte não voltou a testar qualquer arma nuclear e garantiu que destruiu a maior zona de testes de mísseis balísticos, tendo alegados planos para desmantelar mais zonas de produção militar nuclear.

Desde a cimeira em junho que tem havido pouco progresso nas negociações entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte. Trump cancelou algumas reuniões pelo caminho e na semana passada disse "não ter pressa" para se reunir novamente com o ditador norte-coreano, embora tenha garantido que pretende fazê-lo dentro de alguns meses.

Sanções até ao final do programa nuclear

As autoridades americanas continuam a garantir que foram as sanções que forçaram a Coreia do Norte a negociar e prometem continuar a pressionar o regime até haver uma completa desnuclearização da península.

Esta quinta-feira, Pence disse aos jornalistas que Moon concordou em trabalhar com os Estados Unidos a caminho da segunda cimeira EUA - Coreia do Norte.

Sobre se achava que a China, o maior aliado económico de Pyongyang, estava a esforçar-se tanto como os americanos nas sanções ao regime ditatorial, o número dois da administração Trump afirmou que Pequim fez mais do que alguma vez tinha feito antes de Trump chegar ao poder e que o Presidente dos EUA está grato por isso.

A resposta contradiz informações avançadas na quarta-feira por um membro do Congresso norte-americano, sobre a China parecer estar a aliviar as suas sanções à Coreia do Norte.

Espera-se que Trump fale sobre mais sanções quando se encontrar com o Presidente chinês, Xi Jinping, no final deste mês de novembro, na cimeira do G20. Pence também crê que o papel que a China pode ter, como parceiro económico dos norte-coreanos, na desnuclearização da península coreana vá ser debatido nesse encontro.

"Vamos continuar a pressionar. Vamos continuar a aplicar as sanções", prometeu. "O Presidente Trump continua com muitas esperanças de que, na próxima cimeira, saiamos com um acordo para verdadeiramente implementar e alcançar a desnuclearização."

O regime Kim Jong-Un, por seu lado, já deixou um aviso aos negociadores norte-americanos: se os Estados Unidos não suspenderem as sanções, a Coreia do Norte vai voltar a produzir armas nucleares.

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