26 nov, 2018 - 22:54
O Governo português manifesta "séria preocupação" com os incidentes entre navios russos e ucranianos no estreito de Kerch e reafirmou o seu apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia.
"O Governo português manifesta a sua séria preocupação com os graves incidentes ocorridos entre navios russos e ucranianos no estreito de Kerch, que liga o Mar Negro ao Mar de Azov", indica uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
"O Governo português reafirma o seu apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia. O Governo português apela à contenção de todas as partes envolvidas, à restituição imediata à Ucrânia dos navios apreendidos, bem como ao desbloqueio da passagem marítima no estreito de Kerch", conclui o comunicado do Ministério.
O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, assinou esta segunda-feira um decreto em que declara o estado de exceção em todo o país, na sequência do apresamento pela Rússia, no domingo, de três navios da Armada da Ucrânia no Mar Negro.
O estado de exceção estará em vigor até 25 de dezembro, embora possa ser levantado a qualquer momento, segundo explicou o Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia (CSNDU).
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, já reagiu, criticando hoje a decisão da Ucrânia e pedindo aos parceiros ocidentais em Kiev para que "acalmem" as autoridades ucranianas.
O Ministério das Relações Exteriores russo expressou o seu "forte protesto" pelo comportamento da Marinha ucraniana, que acusou de encenar uma provocação para incitar tensões na área, que possam levar a novas sanções contra a Rússia.
A Rússia admitiu ter aberto fogo na tarde de domingo contra os navios ucranianos que, na sua versão, estariam estacionados nas suas águas territoriais, perto de Crimeia, para forçá-los a parar.
A Ucrânia afirma que o ataque ocorreu em águas neutras, depois de Moscovo decidir fechar o Estreito de Kerch, para impedir o acesso de navios ucranianos no Mar de Azov.
O Presidente da Ucrânia Poroshenko exigiu hoje aos líderes russos a libertação "imediata" da tripulação dos três navios apreendidos que estão a ser interrogados pelas forças de segurança russas.
A Provedora de Justiça russa, Tatiana Moskalkova, informou que três dos tripulantes feridos, quando a guarda costeira russa abriu fogo sobre os navios ucranianos, foram hospitalizados.