29 nov, 2018 - 10:38
Mais de 70 anos depois de se render aos Estados Unidos, na II Guerra Mundial, o Japão vai voltar a ter um navio porta-aviões. O investimento militar serve para contrariar os avanços da China no Oceano Pacífico.
Segundo os media japoneses, a compra deverá ser anunciada no próximo mês, juntamente com outro arsenal bélico, comprado maioritariamente aos Estados Unidos.
Prevê-se que os japoneses comprem 100 aviões F-35, que custarão cerca de 8.8 mil milhões de euros (aproximadamente 7.7 mil milhões de euros). No início do ano, já tinham comprado outros 42 aviões F-35 aos americanos.
O Japão rendeu-se a 15 de agosto de 1945, depois de ser bombardeado com duas bombas nucleares, em Hiroshima e Nagasaki. Seguiu-se um período de revitalização económica e o país eventualmentr transformou-se numa das maiores potências económicas e tecnológicas do mundo.
A decisão do governo de Shinzo Abe não chega sem críticas. Opositores do governo de Abe e anteriores primeiros-ministros apontam que a compra do porta-aviões viola a constituição japonesa pós-guerra, por sair de um papel defensivo e partir para uma posição militar mais firme, nomeadamente contra a China.
Um mar de riscos
A posição menos pacifista de Abe surge depois de anos em que a China foi pressionando o Japão no mar da China - que fica entre a China, no continente, e o Japão, que é uma ilha - e no Oceano Pacífico. Muitas ilhas não habitadas encontram-se nestas duas zonas marítimas e são administradas pelo Japão, mas os chineses historicamente reclamam pelos territórios.
Este mês, numa cimeira na Papua Nova Guiné, os governos americano, japoneses e guineenses acordaram em renovar uma base militar na ilha no Pacífico, para controlar o movimento de navios chineses na região.
No último relatório de defesa japonês, as autoridades avisaram que os porta-aviões chineses têm navegado cada vez mais pela zona de ilhas inabitadas (conhecida como Senkakus), pelo que é necessário travar este avanço preocupante. Segundo as autoridades japoneses, o objetivo da China é transformar estas ilhas em bases militares, tanto no norte como no sul do mar da China.