30 nov, 2018 - 08:06 • Redação
Madrid vai revolucionar o trânsito no centro da cidade. A partir desta sexta-feira passa a ser proibida a circulação de veículos poluentes de não residentes, uma medida que o Governo calcula que vai cortar o acesso ao centro da capital espanhola a mais de 58 mil carros por dia.
A medida é promovida pela presidente da Câmara de Madrid e defensora de cidades para as pessoas e não para os carros.
Manuela Carmena, que viaja de metro para se deslocar na capital espanhola, já tinha aplicado este ano 2.3 milhões de euros em 62 carros elétricos e cinco híbridos para utilização do município.
No centro de Madrid, numa área com 472 hectares, só podem circular residentes e transportes públicos. Os não residentes podem circular apenas para acederam a parques de estacionamento e devem ter um selo específico para essa função.
Espera-se que esta medida produza uma redução de 40% nas emissões produzidas pelos veículos a combustível.
Várias cidades da Europa também têm promovido medidas para combater a poluição e o excesso de tráfego. Londres aplicou uma taxa de circulação e todos os particulares não residentes que queiram circular na capital inglesa para no mínimo 11 euros por dia.
Oslo está a preparar uma proibição total de veículos movidos a gasóleo e gasolina para 2025. Os 610 mil habitantes da capital da Noruega vão ter transportes públicos com energias renováveis até 2020 e espera-se que em 2025 toda a frota de autocarros produza zero emissões.
Em Lisboa existe apenas restrições para carros antigos. Em 2017, o ex-vereador da Mobilidade em Lisboa Nunes da Silva, mentor das Zonas de Emissões Reduzidas (ZER), considerou a medida “uma ficção, mais do que uma realidade", devido à falta de fiscalização.
O jornal espanhol “El País” descreve a capital portuguesa como uma cidade com uma política de mobilidade que não passa por priorizar os peões. Em 2017, houve 23 dias em que foram ultrapassados os limites de poluição.