06 dez, 2018 - 16:24
A diretora financeira da empresa chinesa Huawei Technologies, Wanzhou Meng, foi detida no Canadá a pedido dos Estados Unidos. A responsável foi detida no sábado depois de Washington ter pedido a sua extradição por alegadas violações às sanções impostas pelas autoridades norte-americanas ao Irão.
A Embaixada da China no Canadá divulgou esta quinta-feira um comunicado no qual exige que as autoridades dos EUA e do Canadá "corrijam o erro imediatamente" e libertem "imediatamente" Wanzhou.
"Acompanharemos de perto o desenvolvimento desta questão e tomaremos medidas para proteger resolutamente os legítimos direitos e interesses dos cidadãos chineses."
Na mesma declaração, também se refere que a China "se opõe e protesta com firmeza" a detenção da também filha do fundador da Huawei, detenção essa "que prejudica gravemente os direitos humanos da vítima".
A detenção de Wanzhou Meng só foi anunciada na quarta-feira à noite (madrugada desta quinta-feira em Portugal), quando as autoridades canadianas informaram que a tinham detido e que enfrenta agora a eventual extradição para os Estados Unidos.
Wanzhou Meng, de 46 anos, é filha do fundador da Huawei, Ren Zhengfei e é também vice-presidente do conselho de administração.
Esta quinta-feira, o impacto da detenção foi sentido nas bolsas, que fecharam em queda.
Analistas apontam que a detenção de Wanzhou a pedido da administração de Donald Trump pode pôr em causa a trégua de 90 dias na guerra comercial entre Washington e Pequim - que foi anunciada pelo Presidente norte-americano e pelo seu homólogo chinês, Xi Jinping, na cimeira do G20 no sábado, precisamente o dia em que a chinesa foi detida no Canadá.
"É difícil exagerar a importância da sua detenção para Pequim", aponta a Bloomberg. "Meng é filha do fundador da Huawei, uma empresa tida como campeã nacional que vai ao leme dos esforços de Xi para tornar [a China] autossuficiente em tecnologias estratégicas. Apesar de os EUA pedirem, de forma rotineira, a extradição de traficantes de droga e de outros criminosos, prender uma executiva chinesa de renome como esta é raro, embora não inédito."