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Antigo diplomata canadiano detido na China. Retaliação de Pequim?

11 dez, 2018 - 19:11 • Ricardo Vieira, com agências

O caso acontece numa altura em que China e Canadá estão de relações tensas por causa da detenção da diretora financeira da multinacional chinesa Huawei.

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O antigo diplomata canadiano Michael Kovrig, que trabalha para uma organização não-governamental, foi detido na China.

O caso acontece numa altura em que China e Canadá estão de relações tensas por causa da detenção da diretora financeira da multinacional chinesa Huawei.

Meng Wanzhou pode ser extraditada para os Estados Unidos por alegada violação das sanções ao Irão.

O Governo canadiano já confirmou a notícia da detenção do antigo diplomata, atualmente a trabalhar no International Crisis Group.

O ministro da Segurança Pública, Ralph Goodale, manifesta “profunda preocupação” e adianta que já entrou em contato com as autoridades de Pequim.

“Não há indicação, até agora”, de que a prisão do ex-diplomata seja uma retaliação pela detenção da diretora financeira da multinacional chinesa Huawei.

As causas da captura de Michael Kovrig ainda não são conhecidas.

O Governo de Pequim também ainda não comentou oficialmente o caso.

A diretora financeira da empresa chinesa Huawei Technologies foi detida no Canadá, na semana passada, a pedido dos Estados Unidos, por alegadas violações às sanções impostas pelas autoridades norte-americanas ao Irão.

A China avisou que se Meng Wanzhou, de 46 anos, não for libertada haverá consequências para as relações com o Canadá.

O caso pode ter implicações financeiras. Analistas admite que a detenção de Wanzhou a pedido da administração de Donald Trump pode pôr em causa a trégua de 90 dias na guerra comercial entre Washington e Pequim - que foi anunciada pelo Presidente norte-americano e pelo seu homólogo chinês, Xi Jinping, na cimeira do G20 no sábado, precisamente o dia em que a chinesa foi detida no Canadá.

"É difícil exagerar a importância da sua detenção para Pequim", aponta a Bloomberg. "Meng é filha do fundador da Huawei, uma empresa tida como campeã nacional que vai ao leme dos esforços de Xi para tornar [a China] autossuficiente em tecnologias estratégicas. Apesar de os EUA pedirem, de forma rotineira, a extradição de traficantes de droga e de outros criminosos, prender uma executiva chinesa de renome como esta é raro, embora não inédito."

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