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Costa diz que só "iluminação divina" justificaria renegociar o Brexit

13 dez, 2018 - 17:34

Acordo que Theresa May está a ter dificuldade em aprovar é o que existe, diz primeiro-ministro português. “Não há outro.”

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O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta quinta-feira que apenas "uma iluminação divina" conseguiria compatibilizar as posições da União Europeia e do Reino Unido, repetindo que o acordo do “Brexit” é o único que existe e não será renegociado.

"Renegociar o quê? Tudo aquilo que tenho visto como críticas, aliás contraditórias, ao tratado, são pontos que não é possível mais renegociar, a não ser que haja uma iluminação divina que descubra algo que ainda ninguém descobriu até agora, [que é] como se pode ir mais além na compatibilização daquilo que é muito difícil de compatibilizar", argumentou.

António Costa, que falava à entrada do Conselho Europeu em Bruxelas, reiterou que o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia, aprovado pelos líderes dos 27 em 25 de novembro", é o "acordo que existe, não há outro".

"Há uma coisa que não podemos fazer: não nos podemos substituir à Câmara dos Comuns numa decisão soberana que tem sobre o tratado", lembrou, reportando-se ao mais que previsível 'chumbo' no parlamento britânico do acordo de saída do Reino Unido do bloco comunitário.

Na passada segunda-feira, a primeira-ministra britânica, Theresa May, decidiu adiar a votação do acordo do “Brexit” no parlamento britânico, por admitir que o mesmo seria rejeitado por "larga margem".

May deslocou-se então a Bruxelas na terça-feira para discutir com os líderes europeus formas de obter "garantias adicionais" sobre os termos do mecanismo de salvaguarda previsto para evitar o regresso de uma fronteira na ilha da Irlanda, o tema mais difícil das negociações e que originou as maiores divergências.

O primeiro-ministro português expressou a disponibilidade dos chefes de Estado e de Governo dos 27 para responder ao apelo de ajuda da primeira-ministra britânica, elucidando que "o máximo que é possível fazer é, relativamente às dúvidas políticas que existam, esclarecê-las".

"Como sabem, Portugal tem estado sempre na primeira linha de quem entende que de forma alguma temos de ter uma posição punitiva em relação ao Reino Unido, pelo contrário. Temos de estar a negociar este acordo de saída com os olhos postos no acordo mais importante que é aquele que vamos negociar para a relação futura com o Reino Unido", vincou.

Costa recordou que os líderes europeus têm estado "sempre disponíveis para ajudar todos".

"Primeiro, ajudámos o Reino Unido a manter-se na UE. Lembram-se das longas negociações e do tempo de debate que tivemos aqui com o senhor [David] Cameron de forma a aceitar um acordo que facilitasse a manutenção do Reino Unido. E o desejo de todos é que o Reino Unido possa permanecer na UE", notou.

"Depois, respeitámos escrupulosamente a vontade soberana do povo britânico de não permanecer. E temos negociado longamente com a senhora May, foi um trabalho muito difícil, são 585 páginas de tratado, chegámos a um acordo com o qual a senhora May se sentiu perfeitamente realizada", lembrou.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia reúnem-se, entre hoje e sexta-feira, em Bruxelas, no último Conselho Europeu do ano, que volta a ter em agenda, de forma inesperada, a questão do “Brexit”.

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