13 dez, 2018 - 13:31 • Tiago Palma
Michael Cohen foi durante anos, e até maio de 2018, advogado de Donald Trump, uma espécie de braço-direito do agora Presidente americano. Esta quarta-feira, Cohen foi condenado a três anos de prisão efetiva, após declarar-se culpado de vários série de crimes, desde violação das leis de financiamento de campanhas eleitorais e evasão fiscal, a ter mentido ao Congresso sobre o real papel que teve na campanha de Donald Trump.
Todos os crimes foram cometidos enquando Michael Cohen trabalhava para o atual chefe de Estado.
Antes da leitura da sentença, Cohen sublinhou que a sua "lealdade cega" a Trump o levou "para um caminho de negritude em vez de luz", e acrescentou que o seu "dever" era o de ocultar os "esquemas duvidosos" do Presidente.
Trump já reagiu. E utilizou a sua ferramenta de predileção para reagir: o Twitter. "Nunca pedi a Michael Cohen que infringisse a lei", garante, e acrescenta que, enquanto advogado, "era suposto que ele conhecesse a lei".
"Ele apenas se declarou culpado para causar embaraço ao Presidente, conseguir uma pena reduzida e retirar, temporariamente, a sua família da investigação", acusa Trump.
Os crimes, imputa-os somente a Cohen, e explica que se o mesmo errou, não é "para isso que é pago". Em relação ao financiamento da campanha eleitoral, Trump refuta ilegalidades e garante que "vários advogados finaceiros afirmam que não fiz nada de errado". "Cohen é culpado de muitas acusações que não têm a ver comigo", conclui.
Mas ao contrário do que o Presidente americano conclui, o caso tem potenciais implicações legais para Donald Trump, que continua a ser investigado por suspeitas de conluio com a Rússia para derrotar Hillary Clinton nas presidenciais de 2016.