17 dez, 2018 - 16:16 • Joana Azevedo Viana
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A primeira-ministra britânica voltou esta segunda-feira a afastar a possibilidade de um segundo referendo ao Brexit, dizendo que convocar uma nova consulta à saída da União Europeia causaria "danos irreparáveis à integridade política" do Reino Unido sem resolver o problema em mãos.
No Parlamento, cerca de uma semana depois de ter cancelado a votação do acordo de Brexit que o seu Governo alcançou com Bruxelas por receios de que fosse chumbado, Theresa May prometeu um novo debate do acordo e a sua votação na terceira semana de janeiro, entre 7 e 14 do próximo mês.
De recordar que, no rescaldo desse cancelamento, May sobreviveu a uma moção de censura apresentada pelo próprio partido.
Em resposta à chefe do Executivo esta segunda-feira, o líder do principal partido da oposição, Jeremy Corbyn, disse que o Reino Unido está a atravessar uma "crise constitucional" e incitou May a concretizar a votação já e não no próximo ano.
"O acordo não se alterou nem vai ser alterado", referiu o líder do Partido Trabalhista. "A Câmara [dos Comuns] tem de avançar com a votação e considerar alternativas realistas" para resolver o atual impasse.
Antes do debate de hoje, Corbyn já tinha levantado a hipótese de apresentar uma moção de desconfiança ao Governo, uma possibilidade para já por confirmar.
Há cerca de um mês, o Governo de May fechou um acordo de saída com os negociadores em Bruxelas, uma proposta que já foi aceite pela União Europeia a 27 mas que não satisfaz muitos dos legisladores britânicos, quer os pró-UE quer conservadores do partido da primeira-ministra que não querem tantas cedências à UE.
Depois de May ter cancelado a votação desse acordo na semana passada, Bruxelas voltou a garantir que não vai renegociar o documento, o que aumentou os receios de que a saída do Reino Unido venha a concretizar-se na data prevista, 29 de março de 2019, mas num cenário de não-acordo.