19 dez, 2018 - 12:35 • Joana Azevedo Viana
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A primeira-ministra britânica, Theresa May, deu ordens para que sejam implementados imediatamente planos de contingência para um Brexit sem acordo, planos esses que passam por colocar 3.500 soldados, no ativo e na reserva, de sobreaviso para qualquer eventual perturbação quando chegar a data da saída, a 29 de março de 2019.
Na terça-feira, o Governo britânico confirmou que está a "acelerar" a preparação de um plano para enfrentar o cada vez mais provável cenário de "não acordo" e que esses planos devem ser agora a grande prioridade de todos os ministérios.
Esta quarta-feira, o Governo vai recomendar a todas as empresas britânicas que criem os seus próprios planos de contingência para o mesmo cenário, depois de May não ter conseguido convencer Bruxelas a renegociar o acordo de saída.
Em comunicado emitido ontem, o porta-voz da chefe do executivo acrescentou que o Conselho de Ministros "concordou que pôr em prática o acordo que a primeira-ministra alcançou com Bruxelas continua a ser a prioridade número um do Governo e a melhor hipótese de mitigar [as consequências de] um não-acordo".
"Os ministros concordam que, com pouco mais de três meses até à nossa saída da UE, chegámos a um ponto em que temos de acelerar estes preparativos. Isso significa que vamos pôr em marcha os nossos planos para um não-acordo. Os ministros também concordaram recomendar às empresas que garantam que estão igualmente preparados para implementar os seus próprios planos de contingência."
Na Câmara dos Comuns, o ministro da Defesa, Gavin Williamson, informou os deputados que o seu departamento "vai ter preparados 3.500 soldados, incluindo no ativo e na reserva, para que apoiem qualquer departamento do Governo na resposta a qualquer contingência".
Os cidadãos britânicos serão informados sobre como devem preparar-se para o cenário de saída sem acordo através "de uma série de canais", entre eles anúncios televisivos e nas redes sociais.
Estes preparativos surgem perante o iminente chumbo do acordo Londres-Bruxelas no Parlamento britânico quando o documento for levado a votação na Câmara dos Comuns a 14 de janeiro, como prometido por May.
A UE já deixou claro que não há margem para renegociar o acordo de saída. O Governo do Reino Unido, por sua vez, continua a assegurar que não vai voltar a referendar a saída.