31 dez, 2018 - 17:25 • Lusa com Redação
A cadeia de televisão turca A-Haber exibiu no domingo imagens de videovigilância que mostram homens a transportarem sacos nos quais estaria o corpo desmembrado do jornalista Jamal Khashoggi, depois de ter sido morto no consulado saudita em Istambul.
As imagens, captadas por câmaras de videovigilância, mostram, de acordo com a Agência France Presse, três homens que transportam cinco malas e dois sacos grandes e escuros dentro da residência do cônsul saudita, situada perto do consulado.
Citando fontes turcas, a A-Haber garante que dentro dos sacos e das malas está o corpo desmembrado de Jamal Khashoggi, morto em outubro.
Até esta segunda-feira de manhã, as autoridades turcas não fizeram comentários sobre as imagens.
Jamal Khashoggi, jornalista crítico do Governo da Arábia Saudita, foi morto a 2 de outubro por agentes sauditas no consulado do seu país em Istambul.
Três meses depois da morte, o corpo do jornalista ainda não foi encontrado. As autoridades turcas revelaram que o corpo tinha sido desmembrado e retirado do consulado, mas persistem dúvidas sobre o caso.
De acordo com a A-Haber, as malas e os sacos que se veem nas imagens de videovigilância foram levados para um ‘mini bus’, que estava inicialmente parado em frente ao consulado e depois entrou numa garagem da casa do cônsul.
O Governo da Turquia tinha inicialmente referido que não queria um inquérito internacional, preferindo a cooperação direta com as autoridades sauditas.
Contudo, Ancara tem criticado repetidamente a falta de cooperação saudita, que diz que o assassínio foi cometido sem o seu consentimento.
As autoridades sauditas rejeitaram um pedido de extradição de um grupo de suspeitos, feito pela Turquia, que incluía dois funcionários próximos do príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, acusado por Ancara de ter participado no plano do assassínio.
Os dois suspeitos, Ahmed al-Assiri e Saud al-Qahtani, foram demitidos das suas funções a 20 de outubro, enquanto uma 'tempestade' diplomática atingia a Arábia Saudita, após a morte do jornalista, que vivia nos Estados Unidos e trabalhava para o jornal Washington Post.