09 jan, 2019 - 07:50 • Lusa
Donald Trump dirigiu-se à nação na noite de terça-feira (madrugada de quarta-feira em Portugal) num discurso feito pela primeira vez a partir da Sala Oval, na Casa Branca. O Presidente responsabilizou os democratas pela paralisação parcial do Governo (que dura há 18 dias), resultante da falta de acordo no Congresso para financiar o muro com o México.
Trump pediu aos democratas que regressem à Casa Branca para se reunirem com ele, argumentando ser “imoral os políticos não fazerem nada” para resolver esta crise.
“Esta noite falo-vos porque estamos a testemunhar uma crescente crise humanitária e de segurança na fronteira sul”, frisou, num discurso que durou nove minutos.
O Presidente norte-americano tem discutido a ideia de declarar uma emergência nacional para contornar o impasse no Congresso e que lhe permita avançar com o muro, mas essa possibilidade não foi abordada durante o discurso.
Trump lembrou norte-americanos assassinados por imigrantes ilegais, embora estudos realizados ao longo de vários anos tenham apontado que os imigrantes são menos propensos a cometer crimes do que aqueles nascidos nos Estados Unidos.
“Encontrei-me com dezenas de famílias, cujos entes queridos foram ‘roubados’ pela imigração ilegal. Eu segurei as mãos das mães que choravam e abracei os pais angustiados. Tão triste. Tão terrível”, afirmou.
Democratas condenam discurso do medo
A líder da Câmara dos Representantes reagiu minutos depois do discurso de Trump, sublinhando que o Presidente escolheu o discurso do medo e assegurou que os democratas querem privilegiar os factos.
“O Presidente Trump deve parar de manter o povo americano como refém, deve parar de fabricar uma crise e deve reabrir o Governo”, declarou Nancy Pelosi, numa alusão ao ‘shutdown’ parcial federal.
“Todos concordamos que é preciso proteger as nossas fronteiras”, sublinhou Pelosi, lembrando que a Câmara dos Representantes, agora sob o controlo dos democratas, aprovou no primeiro dia do novo Congresso legislação para terminar com a paralisação parcial do Governo. Uma solução rejeitada por Trump porque não prevê o financiamento do muro.
Já o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, declarou que o Presidente Donald Trump devia pôr cobro à paralisação parcial do Governo, enquanto prosseguem as negociações sobre o financiamneto do muro entre os Estados Unidos e o México, porque “não há desculpa para prejudicar milhões de americanos”.