10 jan, 2019 - 19:43 • Ricardo Vieira, com agências
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tomou posse esta quinta-feira para um segundo mandato. No seu discurso desafiou as “potências imperialistas” e prometeu levar o país a um “destino maior”.
A cerimónia decorreu no Supremo Tribunal, pró-governo, e não no Parlamento, que não reconhece legitimidade ao Presidente.
Antigo motorista de autocarros, Maduro foi recebido ao som de uma orquestra e de gritos de apoios dos seus apoiantes, que acenavam bandeiras da Venezuela.
“Surgiu um novo mundo que se recusa ser controlado pelas ordens imperiais e hegemónicas de uma única nação ou dos seus países satélite. Este é o grito da nossa revolução para os povos e governos do mundo”, declarou o líder venezuelano.
Maduro considera que “a Venezuela é o centro de uma guerra mundial contra o imperialismo” e apelou à união para resistir aos Estados Unidos e aos seus “países satélite”.
“Eu digo ao nosso povo: vamos a eles”, declarou.
A legitimidade de Maduro é cada vez mais contestada interna e externamente. A própria Igreja Católica tomou posição contra as políticas do Presidente.
Apesar de estar cada vez mais isolado, o sucessor de Hugo Chavez jurou novamente cumprir a Constituição neste novo mandato.
“Somos uma democracia de verdade. Aqui estou para democraticamente tomar as rédeas do nosso país e levá-lo a um destino maior. Nós cumprimos e continuaremos a fazê-lo”, declarou numa altura em que o país vive uma grave crise económica e humanitária.
Nicolás Maduro afirmou na tomada de posse que o Governo não pode e não vai falhar. “Juro pela minha vida e pelo meu país”, enfatizou.
Ainda antes de o Presidente venezuelano ter terminado o discurso inaugural, os Estados Unidos já acusavam Maduro de “usurpar o poder” e o Paraguai anunciou o corte de relações diplomáticas com Caravas.
Portugal não se fez representar politicamente na tomada de posse de Nicolás Maduro.