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May sobrevive por pouco a moção de censura da oposição

16 jan, 2019 - 19:20 • Redação

Partido Trabalhista perde oportunidade para forçar eleições antecipadas. Futuro do Brexit continua incerto.

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O Governo britânico de Theresa May conseguiu sobreviver esta quarta-feira a uma moção de censura apresentada pelo Partido Trabalhista no rescaldo do histórico chumbo do acordo de Brexit ontem.

Do total de deputados com palavra a dizer, 306 votaram contra o Governo e 325 a favor, traduzindo-se isto numa vitória do Governo com uma margem de 19 votos.

A vitória chega agridoce: sem acordo à vista para a retirada do Reino Unido da União Europeia, a primeira-ministra tem cada vez menos tempo para encontrar uma solução.

Antes da votação, David Lidington, vice de May e chefe do Tesouro britânico, deu a entender que o Governo poderá optar por tentar alargar o prazo definido no artigo 50.º do Tratado de Lisboa, que May ativou a 29 de março de 2017 para dar início a um processo de saída. Ao ativar esse artigo, a data e hora legais do Brexit ficaram marcadas: 23h de 29 de março.

Com o chumbo de ontem, o Governo tem três dias parlamentares, no fundo até ao início da próxima semana, para apresentar um outro acordo de Brexit. Esse acordo tem de angariar apoios suficientes no Parlamento para fazer cumprir a vontade dos quase 52% de eleitores que foram às urnas em 2016 votar a favor da saída.

Até lá, o Partido Conservador de May tem de negociar com todos os outros partidos com assento parlamentar para alcançar consensos, algo difícil dada a atual composição da Câmara dos Comuns e as diferentes vontades dos deputados, incluindo dentro do seu próprio partido.

Lidington será responsável por supervisionar e promover estas discussões interpartidárias. Caso esta opção falhe, o Parlamento pode decidir votar a convocatória de um novo referendo à permanência do Reino Unido no bloco europeu.

No final da votação, a primeira-ministra propôs dar início a estas conversações já esta noite, dizendo que pretende reunir-se pessoalmente com o líder de cada bancada parlamentar. "A Câmara deu confiança a este Governo. Continuo preparada para trabalhar com todos os membros desta Câmara para fazer cumprir o Brexit."

Jeremy Corbyn, por sua vez, voltou a repetir que é preciso "evitar a catástrofe de um Brexit sem acordo", exigindo à chefe do Governo que dê garantias concretas de que pretende fazê-lo.

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