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Mais de 60 mil protestam em Atenas contra acordo para alteração do nome da Macedónia

20 jan, 2019 - 15:27 • Lusa

O acordo em causa visa alteração do nome da Antiga República Jugoslava da Macedónia para Macedónia do Norte, uma disputa que dura há 27 anos. Cerca de 30 jovens encapuzados lançaram projéteis e tentaram entrar no parlamento

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Mais de 60 mil pessoas concentraram-se este domingo na Praça de Sintagma, na Grécia, em oposição ao acordo entre Atenas e Skopje sobre a alteração do nome da Macedónia, tendo-se já registado confrontos entre a polícia e os manifestantes.

O acordo em causa, visa alteração do nome da Antiga República Jugoslava da Macedónia para Macedónia do Norte, uma disputa que dura há 27 anos, desde que a Macedónia declarou independência da Jugoslávia. No entanto, os gregos estavam contra a nova designação, uma vez que têm uma região no norte chamada Macedónia.

De acordo com a AFP, durante a concentração, convocada por grupos nacionalistas e religiosos, cerca de 30 jovens encapuzados lançaram projéteis e tentaram entrar no parlamento.

A polícia de choque retaliou, utilizando gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.

Há apenas uma Macedónia, dizem manifestantes

“Há apenas uma Macedónia e é a grega”, disse uma das manifestantes, Christina Gerodimou, em declarações à AFP.

Gerodimou afirmou ainda que o Governo de Alexis Tsipras é formado por “traidores”.

“A Macedónia é Grega, é a minha pátria, onde nasci e cresci. A Macedónia não pode ser Skopje, que é uma comunidade Eslava, que antes da II Guerra Mundial se chamava Vardaska. [Josip Broz] Tito fez a alteração para Macedónia, mas não está correto. A Macedónia é a pátria de Alexandre Magno”, disse, citada pela EFE, Fotiní Jalastara, outra manifestante.

O Governo grego remeteu no sábado ao parlamento o acordo sobre a alteração do nome da Macedónia, dando assim inicio ao processo.

Na segunda-feira, o parlamento grego vai reunir-se para estabelecer o calendário de sessões das comissões de Defesa e Assuntos Externos, encarregue de discutir o texto antes do debate final no plenário, previsto para o final da próxima semana.

Em 11 de janeiro, o parlamento da Macedónia alterou algumas emendas da Constituição, de modo a poder alterar o nome do país, deixando assim nas mãos da Grécia o último passo para a concretização do acordo de Prespa.

Este documento vai também permitir a possibilidade de entrada da Macedónia do Norte na Organização do Tratado Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) e de início do processo de adesão à União Europeia.

Apesar de a grande maioria da oposição estar contra este documento e da coligação com os nacionalistas Gregos Independentes ter-se rompido na semana passada por esta questão, o Governo de Alexis Tsipras espera o apoio da maioria absoluta da câmara – 151 deputados -, tal como conseguiu um voto de confiança na passada quarta-feira.

De acordo com a agência EFE, alguns deputados dos Gregos Independentistas já confirmaram que vão apoiar o acordo e o partido centrista To Potami (O Rio) levantou a disciplina de voto, esperando-se assim que alguns dos seus deputados apoiem o documento.

O primeiro-ministro grego viu, na quarta-feira, o parlamento aprovar um voto de confiança, dias depois de ter terminado a coligação que viabilizava o seu Governo.

Com 151 votos favoráveis, dos 300 parlamentares, Tsipras viu assegurada a continuidade do seu executivo, cujo mandato termina em outubro.

O ministro da Defesa, Panos Kammenos, que lidera os Gregos Independentes, abandonou o Governo no passado fim de semana, em protesto contra o acordo proposto com a vizinha Macedónia.

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