Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Buscas por Julen. “Isto não é um resgate, é uma obra de engenharia humanitária”

23 jan, 2019 - 13:29 • Marta Grosso

As palavras são de Ángel García Vidal, responsável em Málaga do Colégio dos Engenheiros. Bombeiros e restantes equipas trabalham dia e noite para “entregar Julen aos pais”.

A+ / A-

“Trabalhamos sem descanso”. A garantia, em forma de desabafo, é do responsável do Colégio dos Engenheiros de Caminhos, Canais e Portos de Málaga. Aos jornais espanhóis, Angel García Vidal desvenda o lado humano das operações de resgate de Julen, o menino de dois anos que caiu num poço no dia 13 de janeiro.

“Isto não é uma operação de resgate, é uma obra de engenharia civil humanitária”, desabafou ainda aos jornalistas.

As constantes e extremas dificuldades que o terreno tem oferecido e que todos os dias têm estendido o dia em que se espera chegar à criança têm também aumentado a intensidade emocional de todos os envolvidos nas operações.

Este é um resgate em contrarrelógio. Julen Jimenéz caiu naquele poço de Totalán há 10 dias e tudo indica que estará a 73 metros de profundidade. Para conseguir em dias aquilo que, em circunstâncias normais, se conseguiria em meses, foram chamados a participar nas operações centenas de pessoas, de dezenas de empresas do setor público e privado.

“Esboços, desenhos, gráficos, chamadas para todos os tipos de empresas e especialistas e várias reuniões por dia estão por trás de cada movimento de operadores e máquinas no solo”, escreve o “El País”, para concluir que esta é “uma obra sem precedentes em Espanha”. “Um resgate titânico”, descreve o “El Mundo”.

“Estão aqui os melhores especialistas do nosso país”, garante, por seu lado o presidente do Consórcio Provincial de Bombeiros de Málaga, Francisco Delgado Bonilla, citado pelo “ABC”.

E, atrás de toda a envergadura técnica, estão homens que vão além dos seus limites. “Não tive outra opção senão escrever umas palavras sobre o que está a ocorrer em redor do caso do pequeno Julen” – assim começa a carta de um polícia sobre a parte humana deste resgate.

“Isto está a passar dos limites”

“Longe das câmaras, dos políticos e das comunicações oficiais, é minha intenção dar o testemunho do lado humano do que está a acontecer, porque isto está a passar dos limites”, começa por escrever o agente da Guardia Civil que participa nas operações.

A carta foi enviada ao jornal “Diario Sur” na terça-feira e revela a maneira como todos os envolvidos estão a viver “um resgate que desafia as capacidades da engenharia do século XXI”.

O agente (que não é identificado) lembra o primeiro dia de operações e como "deixou sua família com o prato na mesa daquele fatídico domingo" para ir rapidamente ao local onde o pequeno Julen havia caído.

"Eu não vou esquecer o arrepio quente e palpitações do meu coração. Tentativa após tentativa, o meu desejo era ver Julen.

Cada vez mais perto

Esta quarta-feira, é dado mais um passo para chegar ao menino de dois anos. Os técnicos vão tentar colocar uma cápsula no túnel vertical, para permitir que os mineiros desçam 60 metros e comecem a escavar o túnel horizontal de quatro metros, até ao local onde se pensa estar a criança.

Isto, depois de novos contratempos já esta manhã, após o fim dos trabalhos da perfuradora que refez o túnel vertical.

Entretanto, no campo judicial, o tribunal de instrução n.º 9 de Málaga já iniciou um processo para averiguar as circunstâncias exatas em que Julen caiu no poço, situado em terrenos privados dos arredores de Totalán.

A Guarda Civil já recolheu todas as informações e depoimentos, incluindo dos pais do menino, do dono do terreno e da pessoa que terá aberto o poço, em dezembro.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+