26 jan, 2019 - 19:52 • Redação com Lusa
Juan Guaidó, o chefe da Assembleia Nacional venezuelana que, na quinta-feira, se autoproclamou Presidente interino do país, anunciou este sábado que a oposição não aceitará participar em eleições presidenciais se não houver mudanças no sistema eleitoral.
“Não nos prestamos a falsos diálogos e muito menos iremos a eleições nestas condições”, acentuou, depois de já ontem ter rejeitado o repto do Presidente Nicolás Maduro para um diálogo político.
O também líder do partido da oposição Vontade Popular falava na Praça Alfredo Sadel de Las Mercedes (leste de Caracas) durante uma assembleia popular, à mesma hora em que o Conselho de Segurança da ONU estava reunido para debater a crise política no país latino-americano.
Segundo Juan Guaidó, é preciso renovar as autoridades do Conselho Nacional Eleitoral e o registo eleitoral para garantir “um eleitor – um voto”.
O presidente da Assembleia Nacional venezuelana pretende também abrir o recenseamento eleitoral no estrangeiro e fazer auditorias.
A posição do político surge depois de a União Europeia ter feito um ultimato a Maduro esta manhã: ou convoca "eleições livres" no prazo de oito dias ou o bloco comunitário reconhecerá Guaidó como Presidente interino, atribuindo-lhe a tarefa de convocar eleições antecipadas.
A 10 de junho último, Nicolás Maduro tomou posse para um segundo mandato presidencial consecutivo de seis anos, sob fortes protestos contra e a seu favor.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Maduro foi reeleito nas eleições antecipadas de 20 de maio de 2018 com 6.248.864 votos (67,84%).
Um dia depois das eleições, a oposição venezuelana questionou os resultados, alegando irregularidades e o não respeito pelos tratados de direitos humanos ou pela Constituição da Venezuela.