27 jan, 2019 - 17:13 • Reuters
As Filipinas prometeram não deixar impunes os mandantes dos atentados que mataram, pelo menos, 27 pessoas durante uma missa dominical no sul do país, seis dias depois de um referendo sobre a autonomia da região muçulmana que resultou num esmagador voto "sim".
O ataque, reivindicado pelo autodenominado Estado Islâmico, feriu também 81 pessoas e foi um dos mais mortíferos dos últimos anos numa região há muito atormentada pela instabilidade.
A primeira explosão ocorreu dentro da catedral na ilha de Jolo, na província de Sulu, e foi seguida por um segundo rebentamento do lado de fora, numa altura em que as forças de segurança entraram em cena, disseram autoridades locais.
"Os inimigos do Estado corajosamente desafiaram a capacidade do governo de garantir a segurança dos cidadãos daquela região", disse Salvador Panelo, porta-voz do presidente filipino Rodrigo Duterte.
"As forças armadas das Filipinas enfrentarão o desafio e esmagarão esses criminosos ateus", disse a mesma fonte.
Não houve reivindicação imediata da responsabilidade, mas a polícia suspeita que os atentados foram obra de Abu Sayyaf, um grupo militante que prometeu lealdade ao Estado Islâmico e é notório por seus atentados e brutalidade.
"Eles querem mostrar força e semear o caos", disse o diretor da polícia nacional, Oscar Albayalde, à rádio DZMM, sugerindo que Abu Sayyaf era o principal suspeito.
Jolo é uma fortaleza do grupo, que administra uma lucrativa operação de pirataria e sequestro com que sucessivos governos não conseguiram romper. O grupo, que opera nas águas e ilhas do oeste de Mindanao, decapitou numerosos prisioneiros estrangeiros quando as exigências de resgate não foram cumpridas.
Fotos distribuídas pelos militares do interior da igreja de Jolo mostram várias filas de bancos de madeira destruídas, com escombros espalhados por um chão enegrecido.