27 jan, 2019 - 14:07 • Redação com Lusa
O Presidente venezuelano rejeitou o ultimato lançado por vários países europeus, que lhe deram oito dias para convocar eleições na Venezuela, declarando que o seu país não está “ligado” à Europa.
“Eles deveriam retirar este ultimato. Ninguém pode fazer-nos um ultimato”, declarou Nicolás Maduro numa entrevista com o canal CNN Turk, citada pela agência France Presse.
Madrid, Paris, Berlim, Lisboa, Londres e Bruxelas exigiram que Maduro convoque eleições na Venezuela no prazo de oito dias, caso contrário estas capitais reconhecerão como “Presidente interino” o líder do Parlamento venezuelano e presidente autoproclamado, Juan Guaidó.
Na sexta-feira, o chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, deixou claro que ou Nicolás Maduro aceita realizar "eleições livres no mais breve prazo possível", ou a União Europeia (UE) reconhecerá que só Juan Guaidó o pode fazer.
"Se Nicolas Maduro mantiver a intransigência e se recusar a participar nesta solução de transição pacífica, isso significa que mais ninguém poderá contar com ele [...] deixará de ser interlocutor válido" para a comunidade internacional, disse Santos Silva em Lisboa.
A 10 de junho último, Nicolás Maduro tomou posse para um segundo mandato presidencial consecutivo de seis anos, sob fortes protestos contra e a seu favor.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Maduro foi reeleito nas eleições antecipadas de 20 de maio de 2018 com 6.248.864 votos (67,84%).
Um dia depois das eleições, a oposição venezuelana questionou os resultados, alegando irregularidades e o não respeito pelos tratados de direitos humanos ou pela Constituição.
A Venezuela, país onde residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.