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“Outra vez não!”. Pais de Julen aguardam resultado da autópsia

26 jan, 2019 - 15:40 • Marta Grosso

O menino de dois anos foi encontrado sem vida 300 horas depois de ter caído dentro de um poço. Investigação vai continuar.

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O bairro onde vive a família do pequeno Julen acordou, este sábado, em tristeza. Acabou-se a esperança. Em Málaga, foram decretados três dias de luto.


O corpo do menino de dois anos já chegou à casa mortuária de El Palo, depois de largas horas de familiares, amigos e vizinhos, que ali se deslocaram para apoiar os pais.

José Roselló e Victória Garcia foram recebidos com alguns aplausos e pediram, depois, privacidade.

A autópsia ao corpo do menino de dois anos começou às 8h30 (menos uma hora em Lisboa) e os primeiros dados deverão ser conhecidos em breve, entre eles a hora exata da morte.

Ao longo dos próximos dias, saber-se-á também as causas, mas pouco mais, uma vez que a investigação ao que aconteceu decorre ainda debaixo de algum segredo de justiça.

“Da nossa parte, não podemos avançar nada”, afirmou o delegado do governo da Andaluzia, Alfonso Rodríguez Gómez de Celis.


“Outra vez, não!”

Julen é o segundo filho que José Roselló e Victória Garcia perdem, no espaço de dois anos. Oliver, com três anos na altura, morreu em abril de 2017, vítima de morte súbita. Julen era um bebé.

Quando a notícia da morte de Julen foi transmitida aos pais, perto das 2h00, ouviu-se, do lado de fora da vivenda em que se encontravam, a exclamação: “Outra vez, não!”, “outra vez, não!”.

Julen deverá ser enterrado ao lado do irmão, segundo um amigo da família citado pelo jornal “El Mundo”.

“Que não se repita”

O Colégio de Engenheiros de Minas do Sul pediu, este sábado, que todos os furos de água, como aquele em que caiu o pequeno Julen (em Totalán, Málaga), sejam apenas abertos com a devida autorização, avança o “La Vanguardia”.

Este tipo de furos, seja para a captação de água ou investigação de materiais minerais, “devem realizar-se mediante um projeto previamente autorizado, que aplique as medidas de segurança definidas pela Autoridade Mineira”, afirma.

O mesmo colégio volta a sublinhar o trabalho dos mineiros, que conseguiram chegar a Julen, que decorreu em “circunstâncias topográficas, geológicas e de estrutura muito adversas”.

São um “bom exemplo de esforço coordenado, em que nenhuma instituição tentou obter protagonismo ou passar por cima de outra, trabalhando como um todo”.

Num gesto de agradecimento, a Guardia Civil divulgou, neste sábado, um vídeo com imagens que revelam as dificuldades que os mineiros tiveram de ultrapassar durante o resgate.


Julen caiu num poço de um terreno de Totalán na tarde de domingo de 13 de janeiro. O seu corpo foi encontrado este sábado, pelas 1h25 (menos uma hora em Lisboa).

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