04 fev, 2019 - 17:49 • Redação
O Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, agradece o apoio de Portugal e de outros países europeus.
“Obrigado ao Governo de Portugal pelo seu apoio a esta solução pacífica para a crise na Venezuela”, escreveu o também presidente da Assembleia Nacional.
O agradecimento de Juan Guaidó foi divulgado através de uma mensagem publicada na rede social Twitter.
O Governo português reconhece Juan Guaidó "como Presidente encarregado de convocar eleições livres e justas na Venezuela", anunciou esta segunda-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Maduro vai "rever integralmente" relações bilaterais com países da Europa
O Presidente Nicolás Maduro vai "rever integralmente" as relações bilaterais com os países da Europa que reconheceram o deputado Juan Guaidó como presidente encarregado de realizar eleições presidenciais livres na Venezuela.
"O Governo da República Bolivariana da Venezuela irá rever integralmente as relações bilaterais com esses governos, a partir deste momento, até que se produza uma retificação que descarte a seu apoio aos planos golpistas e se caminhe para o respeito estrito pelo direito internacional", explica um comunicado do Ministério de Relações Exteriores venezuelanos.
No documento, divulgado em Caracas, o Governo de Maduro apela "aos governos europeus para que transitem pelo caminho da moderação e do equilíbrio, para que sejam capazes de contribuir construtivamente para uma via política, pacífica e dialogada, que permita abordar as diferenças entre as forças políticas venezuelanas".
No comunicado, a Venezuela começa por expressar "a mais forte condenação da decisão adotada por alguns governos da Europa, na qual se unem oficialmente à estratégia da administração norte-americana para derrubar o Governo legítimo do presidente Nicolás Maduro, que o povo venezuelano escolheu de forma soberana, livre e democrática".
"A soberania do povo venezuelano não está sujeita a nenhum tipo de reconhecimento de parte de qualquer autoridade estrangeira, muito menos após 200 anos de ter quebrado as cadeias coloniais, graças à gesta independentista liderada pelo Libertador Simón Bolívar (político venezuelano)", afirma.
Segundo Caracas, "é alarmante o grau de subordinação desses governos à política belicista liderada pelo atual governo dos Estados Unidos contra a Venezuela, que por sua vez atenta contra a paz e a estabilidade de toda a região".
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.
Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes.