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Donald Trump. O discurso do Estado da União em cinco pontos

06 fev, 2019 - 07:28 • ​​Marília Freitas​ com Lusa

Perante um Congresso dividido, Trump elogiou os progressos económicos da sua administração, anunciou uma nova cimeira com a Coreia do Norte e garantiu que vai mesmo construir um muro na fronteira com o México.

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Trump faz o balanço do Estado da União e garante que vai construir o muro
Trump faz o balanço do Estado da União e garante que vai construir o muro

Duas semanas depois do previsto, Donald Trump foi ao Congresso norte-americano fazer o discurso do Estado da União. Estava marcado para 22 de janeiro, mas foi adiado, depois de a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, se ter recusado a receber a visita de Trump por considerar que o 'shutdown' [paralisação da administração norte-americana] e que afeta os serviços secretos norte-americanos, não garantia as condições de segurança necessárias durante a visita.

O discurso decorre da obrigação que a Constituição dos Estados Unidos impõe ao Presidente para que preste “regularmente ao Congresso informações sobre o Estado da União”.

Perante um Congresso dividido - e com a maioria das mulheres vestida de branco para celebrar os 100 anos do direito de voto para as mulheres - Donald Trump elogiou os progressos económicos durante a sua presidência e garantiu que vai mesmo construir um muro na fronteira com o México.

Estes são cinco pontos que marcaram o discurso da última noite:

1. Apelo à união

Os primeiros momentos do discurso foram dedicados ao apelo à união dos dois principais partidos do país. “Devemos rejeitar toda a política de vingança, resistência e oposição e abraçar o potencial ilimitado de cooperação, compromisso e do bem geral”, começou por dizer o Presidente dos EUA.

Apesar do apelo ao compromisso, Trump não se absteve de lançar algumas farpas aos democratas durante o discurso, apelidando-os de obstrucionistas, empenhados em abrir as fronteiras.

2. Muro é para avançar

A construção de um muro na fronteira com o México não ficou de fora da agenda. O Presidente norte-americano voltou a insistir que o muro é essencial para garantir a segurança dos EUA.

O tema não é consensual e foi o principal motivo do impasse no Congresso que levou à paralisação mais longa do governo norte-americano. Para evitar um novo “shutdown”, Trump e o Congresso têm de chegar a acordo sobre o orçamento para a segurança na fronteira até 15 de feveiro.

3. Nova cimeira com a Coreia do Norte

Perante o Congresso norte-americano, Trump anunciou que irá realizar uma segunda cimeira com Kim Jong-Un. Os líderes dos EUA e da Coreia do Norte vão reunir-se a 27 e 28 de fevereiro, no Vietname.

"Como parte de nossa ousada diplomacia, estamos a dar continuidade ao nosso esforço histórico pela paz na península coreana", disse Donald Trump.

Singapura foi o local da primeira cimeira entre Trump e Jong-un, em 12 de junho passado.

4. Luta ao VIH, cancro infantil e redução do preço dos medicamentos

Trump assumiu ainda o objetivo de acabar com a "epidemia do VIH" no país, dentro de uma década, prometeu fundos para a luta contra o cancro infantil e a redução do preço dos medicamentos.

"É inaceitável que os norte-americanos paguem muito mais do que as pessoas em outros países pelos mesmos medicamentos, muitas vezes fabricados no mesmo lugar. Isso é errado, é injusto e, juntos, podemos acabar com isso", disse.

Já em relação ao tema do aborto, Donald Trump mostrou-se contra aborto em gestações em fase avançada, referindo querer que o Congresso aprove uma lei “que valorize a vida”, já que, segundo ele, "todas as crianças, nascidas e não-nascidas, são feitas à santa imagem de Deus".

Ainda no que respeita à saúde, Trump foi vaiado quando disse que eliminou o Obamacare.

5. Venezuela e o socialismo

Trump foi aplaudido de pé pela maioria dos congressistas quando mencionou o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Os EUA foram o primeiro país a fazê-lo.

Mostrou-se ainda “alarmado” com as tentativas de “adotar o socialismo nos EUA”. “Nós nascemos livres e permaneceremos livres. Esta noite, renovamos a promessa de que os EUA nunca serão um país socialista”, disse.

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